Páginas

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Ave amici,
 
O FRATRES continua companhando o caso dos Franciscanos da Imaculada. Eis novos comentários e reflexões que vai nos possibilitando uma melhor compreensão do que vem ocorrendo... Se é que isso é possível.
 
Ave Maria Immaculata.
 
____________________________________________

Dossiê Franciscanos da Imaculada (II) – Os Franciscanos da Imaculada e a Missa Tridentina: uma janela de reflexão para o entendimento do affaire atual.

Por Guilherme Chenta, guilhermechenta.com
 
Franciscanos da Imaculada
 
Na segunda-feira desta semana, 29/07, enquanto os católicos experimentavam a ressaca da JMJ, em cuja missa final, na praia de Copacabana, Hóstias consagradas, armazenadas em copos de plástico, foram distribuídas na mão para fiéis, explodiu para o mundo, por meio da pena do famoso vaticanista Sandro Magister, um recente affaire envolvendo os Franciscanos da Imaculada: esse instituto religioso, fundado nos anos 1970 por dois sacerdotes conventuais franciscanos e erigido como de direito pontifício em 1998 pelo Papa João Paulo II, está proibido de se valer da Missa na forma extraordinária do rito romano. Segundo o decreto da Congregação para os institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, cujo atual prefeito é o Cardeal João Braz de Aviz, brasileiro, a ordem partiu diretamente do Papa Francisco I.

Alguns, como o reconhecido e respeitado Professor Roberto de Mattei, já se manifestaram sobre essa medida e sobre suas possíveis consequências. Em minha “desimportância”, embora lamentando o que sucedeu aos Franciscanos da Imaculada, procuro, no momento, baseado no breve contato que tive com esses religiosos, em maio de 2011 em Roma, apenas abrir uma janela de reflexão para o entendimento do fato que é essa decisão da Santa Sé, deixando um juízo de valor sobre ela para uma segunda oportunidade, se for o caso.
Não só a lógica, mas também a experiência me ensinou, até porque já vi a mim e outras tantas pessoas enganadas, que, para entender um fato, é preciso antes buscar o máximo de informações a respeito dele em suas fontes primárias, e não em comentários e posicionamentos de observadores. No caso dos Franciscanos da Imaculada, temos publicados dois principais documentos: a Carta do Comissário Apostólico nomeado para dirigir os Franciscanos da Imaculada, Frei Fidenzio Volpi, OFM e o Decreto assinado pelo Cardeal Braz, que traz a polêmica proibição.
A carta, datada de 22 de julho de 2013, e que apresenta o decreto, é a seguinte:
Aos Irmãos e à Fraternidade da Congregação dos Freis Franciscanos da Imaculada, em todas as suas sedes.
Paz e Bem!
O Santo Padre o Papa Francisco confiou-me o delicado dever de Comissário Apostólico de vossa congregação. Anexo segue o decreto da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, datado de 11 de julho de 2013.
Embora eu reconheça as dificuldades deste dever, eu aceitei a responsabilidade, porque é meu desejo acompanhar-vos em uma jornada de renovada eclesialidade. A fim de fazer isso com a certeza de corresponder aos desejos do Magistério, eu não encontro meio melhor do que trazer à mente esta passagem de um recente discurso do Papa Francisco: a eclesialidade é “uma das dimensões constitutivas da vida consagrada, dimensão que deve ser constantemente retomada e aprofundada. A vossa vocação é um carisma fundamental para o caminho da Igreja, e não é possível que uma consagrada e um consagrado não «sintam» com a Igreja. Um «sentir» com a Igreja, que nos gerou no Batismo; um «sentir» com a Igreja que encontra uma sua expressão filial na fidelidade ao Magistério, na comunhão com os Pastores e com o Sucessor de Pedro, Bispo de Roma, sinal visível da unidade. O anúncio e o testemunho do Evangelho, para cada cristão, nunca são um ato isolado. Isto é importante, o anúncio e o testemunho do Evangelho para cada cristão nunca são um ato isolado ou de grupo, e nenhum evangelizador age, como recorda muito bem Paulo VI, «sob uma inspiração pessoal, mas em união com a missão da Igreja e em nome dela» (cf. Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 80). [...] Senti vós a responsabilidade que tendes de cuidar da formação dos vossos Institutos na doutrina sadia da Igreja, no amor à Igreja e no espírito eclesial.” (Discurso do Papa Francisco às religiosas participantes na Assembleia Plenária da União Internacional das Superioras-gerais; quarta-feira, 8 de Maio de 2013)
Eu acredito que nada eu precise acrescentar a um tão claro e urgente pensamento do Papa Francisco, o qual concerne justamente a si o «sentir com a Igreja», haja vista que somente dessa maneira pode a Vida Consagrada corresponder ao que a Igreja espera dela e se tornar, deste modo, a Luz da Boa-Nova no mundo para os fiéis que precisam conhecer e seguir a verdade que Cristo nos revelou. No espírito daquela obediência pedida por Nosso Santo Padre Francisco na Carta a um Ministro, eu vos saúdo fraternalmente em Cristo.
Fr. Fidenzio Volpi
Comissário Apostólico
Anexo a essa carta, veio o decreto da Congregação, datado de 11 de julho de 2013, cujo texto é o seguinte:
CONGREGAÇÃO
PARA OS INSTITUTOS DE VIDA CONSAGRADA
E AS SOCIEDADES DE VIDA APOSTÓLICA
PROT. N. 52741/2012
DECRETO
A Congregação para os Institutos de vida consagrada e as Sociedades de vida apostólica, tendo em vista as considerações formuladas no Relatório apresentado pelo Rev. Mons. Vito Angelo Todisco na conclusão da Visita Apostólica, disposta com decreto de 05 de julho de 2012, a fim de tutelar e de promover a unidade interna dos Institutos religiosos e a comunhão fraterna, a adequada formação para a vida religiosa e consagrada, a organização das atividades apostólicas e a correta gestão dos bens temporais, considerou necessário nomear um Comissário Apostólico para a Congregação dos Frades Franciscanos da Imaculada com as consequências atribuídas pelo direito particular e universal ao Governo Geral do citado Instituto religioso.
Tendo em vista que a mencionada decisão de 03 julho de 2013 foi objeto de aprovação, na forma específica segundo a norma do art. 18 da Cost. Ap. Pastor Bonus, pelo Santo Padre Francisco, com o presente decreto nomeia-se:
o Reverendo Padre P. Fidenzio Volpi, O.F.M. Cap.
Comissário Apostólico
ad nutum Sanctae Sedis,
para toda a Comunidade e associados da Congregação dos Frades Franciscanos da Imaculada.
No desempenho de suas funções, o Rev. P. Volpi assumirá toda a competência que a normativa particular do Instituto e a normativa universal da Igreja atribuem ao Governo Geral.
Será também de sua faculdade valer-se, se lhe parecer oportuno, de colaboradores escolhidos a seu critério e por ele nomeados com prévio consentimento deste Dicastério, a quem poderá pedir o parecer quando o entender necessário.
O Rev. P. Volpi, a cada seis meses, deverá informar este Dicastério sobre sua atuação, enviando um detalhado relatório escrito sobre as decisões adotadas, os resultados alcançados e as iniciativas que entenda úteis para o bem do Instituto.
Finalmente, caberá ao Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada seja o reembolsa das despesas feitas pelo citado Comissário e pelos colaboradores por ele eventualmente nomeados, seja os honorários por seu serviço.
Acrescente-se ao supramencionado, ainda em 3 de julho, que o Santo Padre Francisco dispôs que todo religioso da Congregação dos Frades Franciscanos da Imaculada está obrigado a celebrar a liturgia segundo o rito ordinário e que, eventualmente, o uso da forma extraordinária (Vetus Ordo) deverá ser explicitamente autorizado pelas autoridades competentes para cada religioso e/ou comunidade que lhes solicitar.
Não obstante qualquer decisão contrária.
Dado pelo Vaticano, 11 de julho de 2013.
João Braz Card. de. Aviz
Prefeito
+ José Rodrìguez Carballo, O.F.M.
Arcebispo Secretário
Ao ler esses dois documentos, algumas informações me chamaram a atenção.
Da carta:
  1. O Padre Volpi teria a missão de acompanhar os Franciscanos da Imaculada em uma jornada de renovada eclesialidade.
  2. Essa renovada eclesialidade implicaria um maior “sentire cum Ecclesia” por parte dos Franciscanos, expressão latina, cunhada por Santo Inácio de Loyola no contexto de um mundo pós-reforma protestante, que significa literalmente “pensar com a Igreja”, isto é, estar em conformidade com o que a Igreja – a Santa Sé, o Papa – pensa sobre determinado assunto; o verbo latino “sentire” configura-se como um falso cognato em face do português falado contemporaneamente Brasil.
Do decreto:
  1. Em 05 de julho de 2012, portanto, enquanto ainda reinava Bento XVI, foi determinada, mediante decreto, uma Visita Apostólica para avaliar os Franciscanos da Imaculada.
  2. Essa visita efetivamente ocorreu e foi gerado um relatório, redigido por Mons. Vito Angelo Todisco.
  3. Esse relatório foi apresentado à Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
  4. Com base nesse relatório, a Congregação, seguindo o estabelecido no art. 18 da Pastor Bonus, que determina que decisões de maior importância devem ser submetidas à aprovação do Sumo Pontífice, exarou o decreto em questão.
  5. Esse decreto fez do Padre Volpi, na prática, superior interino da congregação dos Frades Franciscanos da Imaculada.
  6. Esse decreto proibiu os sacerdotes da congregação de celebrar a missa segundo o Vetus Ordo.
Essas informações me fizeram formular as seguintes perguntas:
  1. Em que os Franciscanos da Imaculada não “sentem” com a Igreja?
  2. Há relação disso com a proibição de seus sacerdotes, atualmente cerca de cento e trinta, utilizarem oVetus Ordo?
Por causa desses questionamentos, recordei-me de uma viagem que fiz a Roma em maio de 2011 com a finalidade principal de participar do III Congresso Summorum Pontificum, ocasião em que tomei conhecimento da existência dos Franciscanos da Imaculada. Lá, eu os vi cantar na Missa de abertura do evento para o público em geral, celebrada pelo Padre Vicenzo Nuara, OP, e fui informado de que se tratava de uma congregação que, sem abandonar a forma ordinária, aderira também à liturgia tridentina a partir da promulgação do Motu ProprioSummorum Pontificum, em vigor desde 14 de setembro de 2007.
O congresso seguiu… Houve oito intervenções naquele sábado, 14 de maio de 2011. Entre os eminentes palestrantes, Cardeal Antonio Cañizares Llovera, Dom Marc Aillet, Cardeal Kurt Koch, Dom Athanasius Schneider, Mons. Guido Pozzo, Padre Nicola Bux e o Professor Roberto de Mattei, surgiu uma desconhecida, uma mulher, a Irmã Maria Francesca, do ramo feminino dos Franciscanos da Imaculada, cuja preleção, tendo em vista o que eu esperava ouvir naquele ambiente em termos de críticas à Missa Nova, ultrapassou bastante minhas expectativas. Embora já cansado por estar assistindo à sétima intervenção, em italiano ainda por cima, não pude deixar de me espantar quando a ouvi citar o Breve Exame Crítico.
Pela manhã, o Cardeal Cañizares tinha sido enfático, muito enfático em ressaltar que não se poderia buscar a missa nova em detrimento da antiga, nem a antiga em detrimento da nova, como se os defensores de uma e de outra fizessem parte de um jogo de direita e esquerda. À tarde, a irmã Maria Francesca, que vive em clausura, pois pertence ao ramo contemplativo de sua congregação, pronunciava sua palestra por meio da boca de uma irmã do ramo ativo, A origem apostólico-patrística da “Missa Tridentina”, em que não só defendeu a tese de que a missa chamada de “tridentina” tem um núcleo central imutável, estabelecido pelo próprio Cristo, continuado e aperfeiçoado pelos Apóstolos e conservado intacto através de dois milênios de história, mas também citou, manifestando seu assentimento, a famosa afirmação do Breve Exame Crítico de que o “Novus Ordo Missae representa, tanto em seu todo como nos detalhes, um surpreendente afastamento da teologia católica da Missa tal qual formulada na sessão 22 do Concílio de Trento”.
A preleção da irmã Maria Francesca foi a única a ser aplaudida de pé. Encerrado o dia, corri até a irmã que fez a leitura e pedi para ficar com a cópia dela, o papel mesmo, mas ela, gentilmente, me enviou, dias depois, o documento por e-mail. Creio que sua leitura permite relacionar um pouco o “sentire cum Ecclesia” e a proibição da Missa tridentina entre os Franciscanos da Imaculada. A Ecclesia, no Motu Proprio Summorum Pontificum, por exemplo, “sentiu” que “o Missal Romano, promulgado por Paulo VI, deve ser considerado como a expressão ordinária da lei da oração (lex orandi) da Igreja Católica de Rito Romano, enquanto que o Missal Romano promulgado por São Pio V e publicado novamente pelo Beato João XXIII como a expressão extraordinária da lei da oração (lex orandi), e que, em razão de seu venerável e antigo uso, ele goze da devida honra; e mais: que estas duas expressões da lei da oração (lex orandi) da Igreja de maneira nenhuma levam a uma divisão na lei da oração (lex orandi) da Igreja, pois são dois usos do único Rito Romano (art. 1); porém, a conclusão da preleção da irmã Francesca, lida naquele dia, foi esta:
Conclusão
A Missa chamada de “tridentina” tem um núcleo central imutável, estabelecido pelo mesmo Cristo, continuado e aperfeiçoado pelos Apóstolos e conservado intacto através de dois milênios de história. A trama dos ritos e das cerimônias que a caracteriza foi se desenvolvendo pouco a pouco até atingir uma forma quase definitiva no final do século III, e, em seguida, de algum modo definitiva com São Gregório Magno. Não faltaram elementos secundários: a solicitude materna da Igreja não cessou de restaurar e de embelezar o rito, removendo de tanto em tanto aqueles resíduos que ameaçavam lhe ofuscar o primitivo esplendor.
Essa é a história da Missa até a promulgação do Novo Missal em 1969. Os eminentíssimos cardeais Bacci e Ottaviani, no Breve Exame Crítico do Novus Ordo Missae, apresentado ao Pontífice Paulo VI, antes da definitiva promulgação, não hesitaram em afirmar que o NOM “considerando-se os novos elementos amplamente suscetíveis a muitas interpretações diferentes que estão nela implícitos ou são tomados como certos, representa, tanto em seu conjunto, como nos detalhes, um impressionante afastamento da teologia católica da Missa, tal como foi formulada na sessão 22 do Concílio de Trento, o qual, fixando definitivamente os canoni do rito, erigiu uma barreira intransponível contra qualquer tipo de heresia que atacasse a integridade do Mistério”.
Em uma nota do “breve exame” em questão vem reportada uma citação do Padre Louis Boyer segundo o qual “O Cânone romano remonta, tal qual é hoje, a São Gregório Magno. Não há, tanto no Oriente, quanto no Ocidente, nenhuma oração eucarística que, permanecendo em uso até os nossos dias, possa vangloriar-se de tal antiguidade! Aos olhos não só dos ortodoxos, mas dos anglicanos e até mesmo dos protestantes que tem ainda, em alguma medida, o senso da tradição, lançá-lo ao mar equivaleria, por parte da Igreja Romana, a renegar toda pretensão de representar nunca mais a verdadeira Igreja Católica” (nota 1).
Romano Amerio, em seu inigualável Iota Unum, escreve que “Lendo as antigas liturgias, como o Sacramentário de Biasca, que é do século IX, e encontrando nele as fórmulas com as quais a Igreja Romana orou por mais de um milênio, se sente vivamente o dano sofrido pela Igreja espoliada do senso de antiquitas que, até mesmo segundo os Gentios, proxime accedit ad deos [mais se aproxima dos deuses], e não apenas do senso de imobilidade do divino no movimento do tempo”.
O Cardeal Ratzinger, já faz anos, denunciava que – com a reforma Litúrgica pós-conciliar – era substituída “uma Liturgia desenvolvida no tempo por uma Liturgia construída por eruditos”. “A promulgação da proibição do missal – afirmava ainda o Purpurado – que se tinha desenvolvido continuamente através de todos os séculos, desde os manuais para os sacramentos na Igreja antiga, causou na história da liturgia uma ruptura cujas consequências só podiam ser trágicas. [...] agora aconteceu mais: o edifico antigo foi derrubado e construiu-se outro. [...] o fato de ter sido apresentado como construção nova, em oposição ao crescimento histórico, e de o missal antigo ter sido proibido, de sorte que a liturgia não apareceu mais como resultado de um crescimento vivo, e sim como produto de um trabalho erudito e de competência jurídica, isso nos prejudicou sobremaneira. Pois agora se devia ter a impressão de que liturgia é algo que “se faz”; não algo preexistente, mas algo que depende de nossas decisões. E aí seria lógico, também, que não somente os eruditos nem somente uma autoridade central fossem reconhecidas como portadores da decisão, mas que, afinal, toda a “comunidade” quisesse adotar sua própria liturgia. Mas quando a liturgia é algo feito por nós mesmos, então ela deixa de nos oferecer o que deveria ser sua verdadeira dádiva: o encontro com o mistério, que não é produto nosso, mas a origem e a fonte de nossa vida.
Bernardo de Chartres dizia que “nós somos como anões que estão sobre os ombros dos gigantes, assim podemos ver mais longe que eles, não por causa de nossa estatura ou agudeza de nossa vista, mas porque, estando sobre seus ombros, estamos mais no alto que eles”. Deus nos dê a humildade de nos reconhecer anões, e a inteligência – se queremos ver longe – de permanecer sobre os ombros daqueles gigantes que são os nossos Pais na fé. Sem essa atitude da mente e do coração nos condenamos sozinhos a uma certa e talvez irreversível cegueira.
Recordo-me de ter raciocinado, não sei se com acerto, o seguinte naquele momento: é claro que ninguém aqui vai vociferar diretamente contra a Missa Nova, mas, das premissas estabelecidas por essa freira em sua intervenção, emerge logicamente uma conclusão que é um ataque violento à Missa Nova:
  • Premissa 1: a missa “tridentina” tem um núcleo central que remonta a Cristo;
  • Premissa 2: assim foi a história da Missa (da Missa, ponto final) até a promulgação do Novo Missal em 1969, sobre o qual os Cardeais Ottaviani e Bacci não hesitaram em afirmar que se afasta de maneira impressionante da teologia católica da Missa tal qual formulada na sessão 22 do Concílio de Trento… Formulação conciliar que, segundo a freira, está em harmonia com todo o passado…
  • Conclusão: a Missa Nova configura-se como uma ruptura em relação a todo desenvolvimento litúrgico anterior, e que remonta a Cristo!
Ora, até agora pelo menos, parece claro que a Igreja, a Santa Sé, em seus documentos oficiais, não “sente” assim.
Fica aí, portanto, uma nova janela de reflexão para o entendimento do fato que é o atual affaire envolvendo os Franciscanos da Imaculada. Trata-se apenas de uma janela, apenas do apontamento de uma hipótese. Creio que essa janela não é suficiente para contemplá-lo completamente, até porque, na busca da compreensão de um fato, a lógica e a experiência também me alertaram sobre a necessidade de ser parcimonioso em relação às conclusões que tiramos das informações de que dispomos, sob o risco de, arrastados por uma espiral de precipitações, não sermos mais capazes de reformar nossa opinião inicial, quando confrontados com novos dados; é preciso, portanto, aguardar mais informações para um melhor entendimento da questão. Nesse sentido, seria muito interessante ler um terceiro documento do affaire, o relatório do Mons. Todisco, que não veio a público ainda, e que provavelmente não virá.
 
Guilherme Chenta
São Paulo, 02 de agosto de 2013
 
P.S: quando solicitei o texto à irmã, ocorreu uma situação um tanto engraçada. Assim que o pedi, ela tomou papel e caneta e perguntou meu endereço de e-mail. Temendo, por uma série de motivos, ser atendido no dia de São Nunca, insisti em que ela me entregasse o papel mesmo. Ao que ela me respondeu que o que ela havia lido era um resumo e que ela iria me passar a versão completa. Confesso que saí um pouco decepcionado, mas, poucos dias depois, eis que me chegaram o estudo integral e o resumo. Assim que retornei, conforme disse à irmã, pus-me a traduzi-los com o intuito de publicá-los, porém acabei me envolvendo em sucessivos estudos e discussões que infelizmente me impediram de terminar a tarefa. (Estudos e discussões, aliás, que acabaram por mudar muito o curso de minha vida, mas isso não interessa agora). Seguem abaixo, portanto, os textos em italiano:
  1. Um para a palestra resumida.
  2. E outro para o estudo completo, com uma tradução minha, incompleta e não revisada, dele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caros irmãos Pax et Bonum.
Seu comentário constroe este espaço