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quinta-feira, 26 de julho de 2012

"Se queres saber o que cremos, vem ouvir o que cantamos.” Santo Agostinho

Por Luciano Peixoto


Não há como negar, mesmo uma pessoa sendo ateia ou pagã, quando esta ouvir um Canto Gregoriano, ela afirmará que esse tipo de canto é da Igreja Católica. De fato, o canto chão, também conhecido como Canto Gregoriano é a música que melhor exprime o que cremos e como cremos, através da sonoridade e suavidade das vozes dos cantores, e/ou do grupo de canto (Schola Cantorum). Assim, entendemos que este é verdadeiramente o canto que nos deixa mais próximo de Deus, é um canto oracional, um canto expermental, ou seja, que foi feito somente para rezar, para entrar na intimidade do Santo dos Santos. Por isso a predileção de se cantar em uníssono, cantar em uma só voz, com em uma só melodia (Cantus Firmus), louvando, e aclamando o Deus altíssimo.

O canto é parte integrante na litúrgia católica, é inerente ao rito da Santa Eucaristia, ele – o canto, é um sinal de expressão, é uma forma de externar nossa identidade, ou seja, através do canto chão, exprimimos aquilo que somos e aquilo que cremos. Podemos até mesmo ousar dizer que o canto litúrgico na nossa igreja é um “Sacramentum”, é uma fonte inesgotável desse encontro que o Senhor nos propociona a encontrá-lo. O canto chão, bem cantado, a cada rito nos eleva, nos aproxima de Deus. Se o rito por si só nos eleva ao Senhor, quanto mais o canto inserido nesse rito, este, nos faz contemplá-lo, nos faz amá-lo cada vez mais. Pois, somente entende esta espiritualidade, esta sacramentalidade, que existe no canto chão, quem, de fato, é católico, quem, de fato, professa a mesma fé que é recitada ou cantada a cada domingo na Santa Missa no credo, sem viver no Cristo, sem prova da vinha do Senhor, sem está no corpo da Igreja, não há como viver nessa Graça perene de ser Cristão.

O Canto Gregoriano é patrimônio da nossa igreja, mas, o verdadeiro zelo por ele se tem, quando aprendemos quem realmente somos, que vai muito além daquilo que gostamos, sentimos ou entendemos na própria ação litúrgica. Cantar o canto dos anjos, assim também considerados por muitos, é algo que muitas vezes foge da nossa explicação, foge da nossa razão, mas, se observarmos bem, Deus, também não é assim? A compreensão sobre Deus foge da nossa explicação, entender por completo Deus seria acreditar em um deus que cabe na nossa razão humana, e isso nunca seria Deus. Portanto, não esquecemos, não deixemos de lado, aquilo que foi construído pela nossa Igreja em toda a sua história. A frase citada por Santo Agostinho como título desse artigo, é uma proposta de evangelização através do canto para aqueles que não conhecem a Deus, ou pelo menos, para aqueles que querem conhecer melhor a Deus, é um remate daquela passagem bíblica quando os discípulos de João perguntam: Mestre, onde moras? E Jesus responde: “Vinde e vede”. Jo 1,39.
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Pós-graduando no Curso de Artes e Educação da UFAL, foi aluno de Nicoolas G. Vale nas classes de teoria musical e solfejo. Em 2005 Iniciou seus estudos de canto com a professora Vitória de Souza, 2006 : Dá prosseguimento ao estudo do canto com a professora Fátima de Brito, ainda hoje sob sua orientação. 2006 à 2007: Com Benito Maresca (SP) toma aulas especiais sobre repertório operístico. Participou de diversos Masterclasses com alguns professores no âmbito do canto Lírico:

Angelo Dias (GO), Marília Alvares (GO),  Denise Sartori (PR), Mirna Rubim (RJ) e José Vianey (PB).

Participou de mostras, concurso e concertos:
(2005) Participou da 3ª MOSTRA de CANTO LÍRICO -Maceió/AL, (2006) : Participou da 4ª MOSTRA de CANTO LÍRICO -Maceió/ AL, (2007) : Participante no 11º MARACANTO (São Luiz / MA), (2008) : Foi protagonista da ópera de W.A.Mozart: "Bastien und Bastienne". (2009) :* Participou,em parceria com o barítono Bruno Sandes, de diversos Recitas de Câmara sob a orientação da profª Fátima de Brito. * Participou, como convidado, em diversos Recitas de Alunos da Classe de Canto da profª Fátima de Brito. * Participou,sob a regência de Nilton Souza,do Concerto de Férias na Igreja de São Benedito. (2010) :*Concerto aos Domingos no no IHGAL,com o barítono Bruno Sandes; acompanhado ao piano pelas professoras Selma Britto e Fátima de Brito. *Recital Palestra sobre "A Modinha no Brasil" ;Conservatório de Música de Aracaju (SE), *Participou,sob a regência de Max Carvalho,em projetos no coro Camerata Pro-Música de AL. (2011) :*Participou,sob a regência de Max Carvalho,em projetos do coro Camerata Pro-Música de AL. *Concerto aos Domingos no IHGAL,com a soprano Elvira Rebelo faz o final do primeiro ato da ópera de Puccini:"La Bohème", sob a orientação da profª Fátima de Brito.
Desde 1998, desenvolve o trabalho de canto na igreja católica, na diocese de Maceió, através de aulas de canto e técnica vocal.
Também tem realizado palestras e workshop sobre música litúrgica.

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