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sábado, 24 de dezembro de 2011

Notificação a respeito da recepção da Sagrada Eucaristia

DOM ANTONIO CARLOS ROSSI KELLER

PELA GRAÇA DE DEUS E DA SANTA SÉ APOSTÓLICA
BISPO DE FREDERICO WESTPHALEN (RS)
  
A Igreja sempre ensinou a necessidade da devida preparação para a recepção da Sagrada Comunhão.

Tal preparação é, antes de tudo, espiritual, mas inclui também aspectos materiais e formais. Para se receber bem a Santíssima Eucaristia, deve-se:

a. Estar em estado de Graça santificante, o que significa dizer, que não se tenha nenhum pecado grave na alma;

b. Saber a quem se vai receber na Sagrada Comunhão, ou seja, ser capaz de distinguir o Pão Eucarístico: Corpo, Sangue, Alma e Divindade do Senhor, alimento de nossa alma, do pão comum, alimento do nosso corpo;

c. Guardar o jejum eucarístico, ou seja, não tomar nenhum alimento durante o período de 1 hora que antecede a Sagrada Comunhão. Água e medicamentos não quebram o jejum.

São estas as indicações fundamentais para a recepção digna da Sagrada Eucaristia. Naturalmente que a recepção frutuosa depende muito mais do que o simples cumprimento destas regras: é preciso acolher amorosamente o Senhor que vem ao nosso encontro, na Sagrada Comunhão.
Além disso, materialmente, a recepção da Sagrada Comunhão deve realizar-se através das diversas formas indicadas pela Igreja:

a. Sempre respondendo “AMÉM” após o Sacerdote ou o Ministro Extraordinário da Comunhão Eucarística ter dito “O Corpo de Cristo”;

b. Desejando receber a Sagrada Eucaristia em pé, seja diretamente na boca ou na mão, antes deve-se fazer uma inclinação profunda, como sinal de respeito e adoração;

c. Recebendo a Sagrada Eucaristia na mão, deve-se estender a mão esquerda, espalmada, e colocando a mão direita por baixo desta, depois, na frente de quem entregou a Sagrada Comunhão, leva-se a Sagrada Comunhão à própria boca, usando para isto a mão direita;

d. Recebendo-se a Sagrada Comunhão de joelhos, e portanto, na boca, não está previsto nenhum tipo de gesto anterior.

Nesta NOTIFICAÇÃO PASTORAL gostaria de comunicar que, a partir da Missa da Noite do Natal do Senhor de 2011, na Catedral Santo Antonio, o Bispo Diocesano distribuirá sempre que possível, a Sagrada Comunhão para pessoas ajoelhadas em genuflexório, colocado no corredor central da Catedral. Os demais sacerdotes e Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística continuarão a distribuir a Comunhão nos outros locais, para as pessoas que costumam comungar nas demais formas.

A razão fundamental para esta decisão fundamenta-se no DIREITO que os fiéis cristãos têm em também receber a Sagrada Comunhão de joelhos. “...a negação da Santa Comunhão a um dos fiéis, por causa de sua postura de joelhos, deve ser considerada uma violação grave de um dos direitos mais básicos dos fiéis cristãos, nomeadamente daquele de serem assistidos pelos seus pastores através dos sacramentos (CDC, cânon 213). Mesmo lá onde a Congregação aprovou a legislação em que declarou o estar de pé como posição para a Santa Comunhão, de acordo com as adaptações permitidas às Conferências Episcopais... assim o fez estipulando que aos fiéis que comungam, e escolhem de ajoelhar, não deve ser negada a Santa Comunhão por este motivo. (S. Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, Carta de 1 de julho 2002; Notitiae (2002), 582-585).

Nestes últimos anos, o Santo Padre o Papa Bento XVI, tanto em Roma, como em outros lugares, por ocasião de suas visitas apostólicas, tem distribuído a Sagrada Comunhão para fiéis que se colocam sempre de joelhos. A intenção do Santo Padre é clara: além de recuperar um direito muitas vezes esquecido, fundamentalmente visa fortalecer uma visão de sacralidade que a Sagrada Eucaristia deve sempre ter na vida do cristão.

Além de determinar tal uso na Catedral, nas Missas presididas pelo Bispo Diocesano, peço também aos senhores padres que generosamente favoreçam este uso em suas Paróquias e Comunidades, para aqueles fiéis que assim gostariam de receber a Sagrada Comunhão.
Desejando a todos os diocesanos um Santo Natal e um ano de 2012 cheio das graças do Senhor, a todos abençôo no Senhor.

Frederico Westphalen, 24 de dezembro de 2011.

+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen

domingo, 7 de agosto de 2011

Mãos Sacerdotais - Divino camino de encontro com o céu

A todos os sacerdotes, sua bençao.

Passou-se o dia do grande são João Maria Vianey, vossos patrono, mas todos os dias, a cada Santo Sacrifício é momento de celebrar tão grandioso mistério: Um pobre ser humano se torna a forma ordinária da experiência antecipada de Céu.

Deveríamos como em outrora ajoelhar-nos para ao pedir-vos a benção e beijar-lhes a mão – ”Mãos purificadas, santas, redentoras... Beatificantes, mãos sacerdotais.”

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Mãos do sacerdote, mãos predestinadas,

Mãos de Jesus Cristo, mãos divinizadas,

Feitas lá no céu de essências imortais.

Mãos do sacerdote, feitas sob modelo

Que Jesus traçara cheio de desvelo,

Desde todo sempre, mãos sacerdotais.

*

Mãos do sacerdote para a cruz voltadas,

Mãos de lírios roxos sobre a cruz pregadas,

Sempre, sempre abertas, sem fechá-las mais,

Mãos de sofrimentos, mãos de mil suplícios,

Têm as veias rubras feitas de cilícios,

Mãos de mil calvários, mãos sacerdotais.

*

Mãos do sacerdote, mãos de toda hora,

Quando a noite é negra, quando brilha a aurora,

Quando reina a calma, quando há temporais,

Mãos de sacerdote, mãos de toda gente,

Mãos do fervoroso, mãos do indiferente,

Mãos dos sofredores, mãos sacerdotais.

*

Mãos do sacerdote, mãos feitas de lodos,

Frágeis, passageiras, como as mãos de todos,

Filhas do pecado como as dos demais,

Mãos feitas de lodo, frágeis, pecadoras…

Mãos purificadas, santas, redentoras…

Beatificantes, mãos sacerdotais.

*

Quantas mãos existem. Que diversidade!

Mãos para a virtude, mãos para a maldade,

Mãos cheias de lodo, mãos cheias de luz.

Mãos que ferem, mãos que fecham as feridas,

Mãos que dão a morte, mãos que dão a vida,

Mãos que dão o diabo, mãos que dão Jesus.

*

Quantas mãos existem. Que diversidade!

Mas somente vós não sois como as demais.

Pois somente vós levais à eternidade;

E há recantos n’alma em que só vós tocais.

E há espinhos fundos que ninguém alcança,

E há doridos prantos que ninguém estanca

A não serdes vós, ó mãos sacerdotais!

*

Mãos do sacerdote, luz, calor, guarida,

Para cada morte trazem uma vida,

Para cada vida acendem mil fanais.

Mãos do sacerdote, báculo que arrima,

Bálsamo que alenta, asa que sublima,

Cofre dos consolos, mãos sacerdotais.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

COMUNHÃO NA BOCA E DE JOELHOS




Em entrevista concedida à ACI Digital*, o Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos no Vaticano, Cardeal Antonio Cañizares Llovera, assinalou que os católicos devem comungar na boca e de joelhos.
Assim o indicou o Purpurado espanhol que serve na Santa Sé como máximo responsável, depois do Papa, da liturgia e dos sacramentos na Igreja Católica, ao ser consultado sobre se é recomendável que os fiéis comunguem ou não na mão.
A resposta do Cardeal foi simples e breve: “É recomendável que os fiéis comunguem na boca e de joelhos”.
Também ao responder à pergunta de ACI Digital sobre o costume instaurado pelo Papa Bento XVI de fazer com que os fiéis que recebem a Eucaristia dele o façam na boca e de joelhos, o Cardeal Cañizares disse que isso se deve “ao sentido que deve ter a comunhão, que é de adoração, de reconhecimento de Deus”.
“É simplesmente saber que estamos diante de Deus mesmo e que Ele vêm a nós e que nós não o merecemos”, afirmou.
O Purpurado disse também que comungar dessa forma “é o sinal de adoração que é necessário recuperar. Eu creio que é necessário para toda Igreja que a comunhão se faça de joelhos”.
“De fato – acrescentou – caso comungue em pé, deve-se fazer genuflexão ou uma inclinação profunda, coisa que não se faz”.
O Prefeito disse ademais que “se trivializamos a comunhão, trivializamos tudo, e não podemos perder um momento tão importante como é comungar, como é reconhecer a presença real de Cristo ali presente, do Deus que é amor dos amores, como cantamos numa canção espanhola”.
Ao ser consultado por ACI Digital sobre os abusos litúrgicos em que alguns incorrem atualmente, o Cardeal disse que é necessário “corrigi-los, sobretudo mediante uma boa formação: formação dos seminaristas, formação dos sacerdotes, formação dos catequistas, formação de todos os fiéis cristãos”.
Essa formação, explicou, deve fazer que “se celebre bem, para que se celebre conforme as exigências e dignidade da celebração, conforme as normas da Igreja, que é a única maneira que temos de celebrar autenticamente a Eucaristia”.
Finalmente o Cardeal Cañizares disse à ACI Digital que nessa tarefa de formação para se celebrar bem a liturgia e corrigir os abusos, “nós bispos temos uma responsabilidade muito particular, e não podemos deixar de cumpri-la, porque tudo o que façamos para que se celebre bem a Eucaristia será para fazer que se participe bem na Eucaristia”.

Ave Maria: Gratia plena

Caros irmão, Pax et Bonum.
Estivemos fora por todo este tempo, mas agora estamos de volta ao nosso apostolado em defesa da Sagrada Liturgia que é nossa fé rezada. Portanto guardar a Liturgia é guarda a fé.
“Se salvarmos a Liturgia seremos salvos por ela”
Pe. Paulo ricardo
HOC EST ENIM CORPUS MEUM QUOD PRO VOBIS TRADÈTUR

Que Santo Apolinário nos ilumine com seu heroísmo

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Publicação da Instrução ‘Universae Ecclesiae’ sobre a alicação do motu proprio Summorum Pontificum


"Aviso da Sala de Imprensa da Santa Sé sobre a publicação da Instrução ‘Universae Ecclesiae’ – sobre a aplicação do motu proprio Summorum Pontificum.




    Na sexta-feira, 13 de maio de 2011, será anunciada pela Sala de Imprensa [da Santa Sé] a Instrução Universae Ecclesiae, da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, sobre a Carta Apostólica Motu Proprio data “Summorum Pontificum”, de S. S. Bento XVI. A instrução será publicada na edição da tarde de L’Osservatore Romano, datada de 14 de maio.

   O texto da Instrução — em lingua latina, italiana, francesa, inglesa, alemã, espanhola e portuguesa, estará à disposição dos jornalistas credenciados a partir das 10 horas de sexta-feira, 13 de maio, com embargo até o meio dia. Com o texto da Instrução será fornecida também uma Nota redacional."


No dia 13 de maio?! Que a grande Mãe de Deus, a Virgem de Fátima, nos traga um Belo presente.

Ave Maria Immaculata.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"A Liturgia da Igreja vai além da própria 'reforma conciliar'", diz o Santo Padre

Pax et Bonum,

O Fratres in Unum publicou um trecho do discurso do Santo Padre para os menbros do Pontificio Instituto Instituto Litúrgico Santo Anselmo, por ocasião dos seus 50 anos. Estas noticias sem alegra nossos corações.

Ave Maria Immaculata. 


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O Papa: liturgia “vive de uma relação correta e consistente entre a sã traditio e a legítima progressio”.

Apresentamos alguns trechos do discurso do Papa Bento XVI, pronunciado na última sexta-feira,  aos membros do Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo, por ocasião dos seus 50 anos de fundação.


"Na véspera do Concílio, de fato, parecia cada vez mais viva, no campo da liturgia, a urgência de uma reforma, postulada também pelas petições realizadas por diversos episcopados. Além disso, a forte demanda pastoral que motivava o movimento litúrgico requeria que se favorecesse e suscitasse uma participação ativa dos fiéis nas celebrações litúrgicas, através do uso de línguas nacionais, e que se aprofundasse na questão da adaptação dos ritos às diversas culturas, especialmente em terra de missão. Além disso, mostrou-se clara desde o início a necessidade de um estudo mais aprofundado do fundamento teológico da Liturgia, para evitar cair no ritualismo ou promover o subjetivismo, o protagonismo do celebrante, e para que a reforma estivesse bem justificada no âmbito da Revelação e em continuidade com a tradição da Igreja.
[...]
Caros amigos, o título escolhido para o Congresso do Ano Jubilar é muito significativo: “Instituto Pontifício: entre memória e profecia”. Quanto à memória, devemos observar os frutos abundantes suscitados pelo Espírito Santo em meio século de história, e assim devemos agradecer ao Dador de todo bem, apesar também dos mal-entendidos e erros na realização efetiva da reforma.
[...]
Com o termo “profecia”, o olhar se abre a novos horizontes. A Liturgia da Igreja vai além da própria “reforma conciliar” (cf. Sacrosanctum Concilium, 1), cujo objetivo, de fato, não era principalmente o de mudar os ritos e gestos, mas sim renovar as mentalidades e colocar no centro da vida cristã e da pastoral a celebração do mistério pascal de Cristo. Infelizmente, talvez, também pelos pastores e especialistas, a liturgia foi tomada mais como um objeto a reformar que como um sujeito capaz de renovar a vida cristã, a partir do momento em que “existe um vínculo estreito e orgânico entre a renovação da Liturgia e a renovação de toda a vida da Igreja. A Igreja extrai da liturgia a força para a vida”.
[...]
Cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, fonte da qual brota a sua força (cf. Sacrosanctum Concilium, 10), a liturgia, com o seu universo celebrativo, torna-se assim a grande educadora na primazia da fé e da graça. A liturgia, testemunha privilegiada da Tradição viva da Igreja, fiel à sua missão original de revelar e tornar presente no hodie das vicissitudes humanas da opus Redemptionis, vive de uma relação correta e consistente entre a sã traditio e a legítima progressio, lucidamente explicitada pela Constituição conciliar no n. 23. Com ambos os termos, os Padres conciliares quiseram gravar seu programa de reforma, em equilíbrio com a grande tradição litúrgica do passado e do futuro. Não raro, contrapõe-se, de maneira desajeitada, tradição e progresso. Na verdade, os dois conceitos estão integrados: tradição é uma realidade viva, que por isso inclui em si o princípio do desenvolvimento, do progresso. É como dizer que o rio da tradição leva em si também sua fonte e tende à desembocadura.

domingo, 1 de maio de 2011

Pode o Sacerdote ouvir confissões na sexta e no sábado da Semana Santa?

Caros irmão, Pax et Bonum.

Trago hoje uma informação que gostaria de ter-la trazido antes, mas só agora que tive conhecimento dela, e confesso que ensinava errado.
Para citar um exemplo, minha esposa pediu ao nosso padre confissão na sexta-feira da paixão e ele lhe abriu uma exceção (acho que ele desconhece também essas informações), eu por achar que a rubrica do missa que fala que na sexta e no sábado da semana santa não se celebra os sacramentos se referia a todos os sacramentos, reclamei com minha esposa por não ter buscado confessa-se antes e por ter se aproveitados da amizade que temos com o padre fazendo-o desobedecer as rubricas.
O que a falta de conhecimento não faz?  ...

Que a Grande Mãe de Deus vos conduza numa leitura orante destas linhas.

Ave Maria Immaculata.



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Confissões Durante a Sexta-Feira e o Sábado Santos

.
Alguns sacerdotes, inclusive especialistas em liturgia, afirmam erroneamente que as rubricas do Missal proíbem a celebração do sacramento da Penitência durante a Sexta-Feira e o Sábado Santos.
No entanto, esta afirmação é INCORRETA.
Eis o que o Missal realmente diz.
As edições de 1970 e de 1975 do Missale Romanum (Novus Ordo) (usando a linguagem tradicional usada pelo Papa Inocêncio III, † 1216) afirmam o seguinte a respeito da Sexta-Feira e do Sábado Santos:
Hac et sequenti die, Ecclesia, ex antiquissima traditione, sacramenta penitus non celebrat
(Hoje e amanhã, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra os sacramentos – pg. 254 da edição da Paulus).
No entanto, já que se trata de um Missal (ou seja, de um livro para a celebração da MISSA), sacramento refere-se apenas à Eucaristia, Santa Missa e NÃO aos outros sacramentos.
A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos esclareceu esta rubrica em sua revista oficial Notitiae [1977 – no. 137 (Dezembro) p. 602].
Na edição de 2002 do Missale Romanum (ainda não traduzida para o Brasil) no mesmo parágrafo a dúvida foi sanada.
Assim foi modificado o texto citado acima (a ênfase é minha):
Hac et sequenti die, Ecclesia, ex antiquissima traditione, sacramenta, praeter Paenitentiae et Infirmorum Unctionis, penitus non celebrat…
(Hoje e amanhã, segundo antiquíssima tradição, a Igreja não celebra de forma alguma os sacramentos, exceto os da Penitência e da Unção dos Enfermos).
Os Sacerdotes não somente podem, mas DEVERIAM ouvir confissões na Sexta-Feira e no Sábado Santos, pois se trata de dias especialmente dedicados à penitência.
Aliás, aproveitando a deixa, é bom lembrar que não somente é permitido, mas igualmente apropriado que haja um sacerdote ouvindo confissões enquanto outro celebra a Santa Missa. (Cf. Redemptionis Sacramentum 76 e a resposta da Congregação ao “Dubium” em Notitiae 37 (2001) pp. 259-260).
Ter um sacerdote no confessionário antes e mesmo durante a Missa dominical ou festiva é uma forma de dar a oportunidade de os fiéis que mais necessitam (os doentes espiritualmente) receberem este remédio espiritual que, de outra forma, não buscariam.

Post retirado de: /padrepauloricardo.org
(Tradução e adaptação de Padre Paulo Ricardo. Fonte: http://wdtprs.com/blog/2011/04/confessions-during-the-triduum/)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

REFORMA DA REFORMA, TAMBEM NA CANÇÃO NOVA

A MORTE ESTA VENCIDA, PELO SENHOR DA VIDA.
CAROS IRMÃOS, CRISTO RESSUSCITOU ALELUIA, ALELUIA. TEMOS BOAS NOTICIAS PARA VOS DAR ALÉM DO ALELUIA, QUE SEI QUE TODOS JÁ RECEBERAM NA NOITE DA SANTA VIGILIA.
A REFORMA DA REFORMA PARECE QUE ESTA ALCANÇANDO LUGARES QUE NÃO IMAGINAVAMOS. EM NOSSA CATEDRAL DE NOSSA SENHORA DOS PRAZERES TIVEMOS UMA BELA CELEBRAÇÃO NA MISSA DO SANTO CRÍSMA EM QUE TIVEMOS COMO MESTRE DE CERIMONIA O REV. PE. ERICO FALCÃO, EM QUE PRA NÓS A GRANDE NOVIDADE É QUE TODAS AS LEITURAS COM EXEÇÃO DO SALMO FORA FEITAS POR SEMINARISTAS QUE JÁ TINHAM RECEBIDO O LEITORATO E NÃO PELA COMUNIDADE COMO É DE COSTUME.
EM MINHA PARÓQUIA TIVEMOS TAMBEM UMA BELISSIMA CELEBRAÇÃO EM QUE NOSSO PÁROCO CUIDOU PARA QUE TUDO ESTIVECE EM ORDEM, COM MESTRE DE CERIMONIA DE BATINA E SOBRE PELIZ, QUATRO CASTIÇAIS E CRUZ NO CENTRO DO ALTAR (PENA QUE ESTAMOS POR MUDAR DE PADRE POR UM DÁ TL), SANTO E CORDEIRO CANTADOS EM LATIM (GOSTARIA DE SALIENTAR QUE JÁ CANTAVAMOS ASSIM, PELO MENOS DOIS GRUPOS, E TEMOS O PRAZER DE CITAR OS NOMES DOS MENBROS: LÚ, TEDI, TALES, DILMARA, MAX, PAULO HENRIQUE).
MAS PARA NÓS A MAIOR DE TODAS AS NOTICIAS FORA A REFORMA ESTAR ALCANÇANDO A CANÇÃO NOVA SURPREENDENTEMENTE. TODOS OS ACÓLITOS COM BATINA E SOBRE PELIZ, SEIS CASTIÇAIS E CRUZ DE ALTAR (MESMO QUE AINDA MUITO DISCRETA E DE LADO E QUE NUMA CELEBRAÇÃO PERMANECEU AS DUAS CRUZES NO ALTAR), OS SACERDOTES TENTARAM, MESMO ÀS VEZES SE CONFUNDINDO, MANTER A POSTURA, NA VIGILIA PASCAL DURANTE O GLORIA, QUE FORA INVOCADO EM LATIM PELO PADRE JOSÉ AUGUSTO, A PREPARAÇÃO E ORNAMENTAÇÃO FOI QUASE QUE SINCRONIZADA PELOS ACÓLITOS, DIÁCONO NELSINHO ANUNCIOU O ALELUIA CANTADO DE JOELHOS E MÃOS POSTAS DIANTE DO CELEBRANTE, TODAS AS CELEBRAÇÕES FORAM CANTADOS POR UM CORAL E NÃO PELA BANDINHA.
POIS BEM, TENTEI CONSEGUIR FOTOS PARA MOSTRAR OS AVANÇOS, MAS NÃO CONSEGUI, SÓ ENCONTREI UMA NO BLOG EXTRA ECCLESIAM SALOS NULA, MAS QUE JÁ DIZ TUDO. UMA FOTO DO MONS. JONAS ABIB PRESIDINDO A CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO.
QUEM DIRIA QUE VERIA O MONS JONAS COM ESTES PARAMENTOS E ESTA PIEDADE?

AVE MARIA IMMACULATA.

CHRISTUS RESURREXIT EST, VERE RESURREXIT EST, ALLELUIA, ALLELUIA.


A MORTE ESTA VENCIDA, PELO SENHOR DA VIDA


ALLELUIA, ALLELUIA, ALLELUIA

domingo, 17 de abril de 2011

Imagem da semana

Pax et Bomun

Caros irmãos, estamos dispónibilizando a imagem da semana que o Fratres in unum.com nos enviou. É sempre muito bom ver a Tradição ser preservada, e o Instituto Bom Pastor é um Bom exemplo disso.

Que O Senhor vos abençoem.

Ave Maria Immaculata.
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Foto da semana.

G. M. Ferretti | abril 17, 2011 at 3:09 pm | Categories: Igreja | URL: http://wp.me/pgELf-3gA

Courtalain, França, 10 de abril de 2011: O jovem Daniel Pinheiro, de Brasília, é ordenado ao subdiaconato por Dom Séguy, bispo emérito de Autun. Com ele, outros quatro seminaristas do Instituto do Bom Pastor foram elevados ao subdiaconato.
Courtalain, França, 10 de abril de 2011: O jovem Daniel Pinheiro, de Brasília, é ordenado ao subdiaconato por Dom Séguy, bispo emérito de Autun. Com ele, outros quatro seminaristas do Instituto do Bom Pastor foram elevados ao subdiaconato.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Beleza na Liturgia - entrevista com Mons. Guido Marini

Pax et bonum.
Caros irmãos, estamos disponibilizando uma entrevista com o Mons. Guido Marini, mestre de cerimônias do santo Padre, uma excelente oportunidade para entender o que o Papa Bento XVI tem tentado dizer com suas celebrações.
Esperamos que nosso espaço esteja sendo verdadeiramente útil para vosso crescimento espiritual no que se trata da Sagrada liturgia e assim ser conduzido para um oração verdadeiramente em comunhão com a Santa Igreja.
Esperamos também suas contribuições para melhorarmos nosso espaço. Agradecemos ao nosso irmão Hudson que nos enviou por e-mail algumas dicas que estaremos colocando em prática.
Que a Grande Mãe de Deus seja sempre vossa companhia.
Ave Maria Immaculata.




Wlodzimierz Redzioch: – Com o que se parece a colaboração entre Bento XVI e seu Mestre de Cerimônias? O Papa decide tudo?
Mons. Guido Marini:Primeiramente, gostaria de sublinhar que as celebrações que o Santo Padre preside devem ser pontos de referência para toda a Igreja. O Papa é o sumo sacerdote, o único que oferece o sacrifício da Igreja, o único que apresenta o ensino litúrgico através das celebrações – o ponto de referência para todos. Considerando esta explicação, é mais fácil entender qual deva ser o estilo de colaboração entre o Mestre de Cerimônias do Papa e o Santo Padre. Deve-se agir no intuito de fazer das liturgias papais expressões de sua autêntica orientação litúrgica. Por isso, o Mestre de Cerimônias do Papa deve ser um servo humilde e fiel da liturgia da Igreja. Desde o começo tenho entendido desta forma o meu trabalho no Departamento das Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.

Todos podemos ver as mudanças introduzidas por Bento XVI nas celebrações litúrgicas. Como podemos sintetizar estas mudanças?
Eu penso que estas mudanças podem ser sintetizadas da seguinte maneira: primeiramente, são mudanças feitas de acordo com a lógica do desenvolvimento em continuidade com o passado. Logo, não lidamos com uma ruptura com o passado e com uma justaposição com os pontificados anteriores. Em segundo lugar, as mudanças introduzidas servem para evocar o verdadeiro espírito da liturgia, como o quis o Concílio Vaticano II. ‘O “sujeito” da beleza intrínseca da liturgia é o próprio Cristo, ressuscitado e glorificado no Espírito Santo, que inclui a Igreja em sua obra'”.

Celebrações voltadas para a cruz, a Sagrada Comunhão recebida diretamente na boca e de joelhos, longos momentos de silêncio e meditação – são estas as mudanças litúrgicas mais visíveis introduzidas por Bento XVI. Infelizmente, várias pessoas não entendem o significado teológico e histórico destas mudanças e, o que é pior, só as enxergam como um “retorno ao passado”. O senhor pode explicar brevemente o significado destas mudanças?
Para contar-lhe a verdade, nosso Departamento tem recebido vários testemunhos de fiéis que receberam favoravelmente as mudanças introduzidas pelo Papa, pois eles as vêem como uma autêntica renovação da liturgia. Como significado de tais mudanças, reflitamos brevemente. Celebrar voltado para a cruz sublinha a correta direção da oração litúrgica, isto é, para Deus; durante as orações os fiéis não devem olhar uns para os outros, mas deveriam dirigir os olhos para o Salvador. Distribuir a Hóstia aos fiéis ajoelhados tenciona valorizar o aspecto de adoração tanto como elemento fundamental da celebração como atitude necessária face ao mistério da presença real de Deus na Eucaristia. Durante a celebração, a oração assume várias formas: palavras, cantos, música, gestos e silêncio. Além disso, os momentos de silêncio nos permitem participar de fato no ato de adoração, e mais, suscita no interior todas as outras formas de oração.

O Papa dá importância às vestes litúrgicas. Isto é questão de puro esteticismo?
A fim de entender melhor as ideias do Papa no que diz respeito ao significado da beleza como um elemento importante das celebrações litúrgicas, gostaria de citar a Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis. Esta relação entre a fé e a celebração é evidenciada de uma forma particular pela rica categoria litúrgica e teológica da beleza. Assim como o restante da Revelação Cristã, a liturgia está inerentemente ligada à beleza: é o veritatis splendor. […] Não é mero esteticismo, mas via concreta em que o amor de Deus, em Cristo, nos encontra, nos atrai e nos enche de delícias, tornando-nos capazes de emergir de nós mesmos e nos lançarmos rumo à nossa verdadeira vocação, que é o amor. A beleza mais verdadeira é o amor de Deus, que se revelou definitivamente para nós no mistério pascal. […] A beleza da liturgia é parte deste mistério; é uma sublime expressão da glória de Deus e, de certa forma, um vislumbrar o céu sobre a terra. A beleza, então, não é mera decoração, e sim um elemento essencial da ação litúrgica, por ser um atributo do próprio Deus e de sua revelação.

Bento XVI mudou seu báculo pastoral – atualmente está usando um báculo encimado com uma cruz. Por quê?
Eu gostaria de lembrar você que até o pontificado do Papa Paulo VI os papas não usavam báculos; em ocasiões especiais eles portavam uma férula (báculo em forma de cruz). Papa Montini, Paulo VI, introduziu um báculo terminado com um crucifixo. E assim fez Bento XVI até o Domingo de Pentecostes de 2008. Desde então ele tem usado uma férula porque a considera mais adequada à liturgia papal.

Por que é tão importante para a Igreja preservar o uso do latim na liturgia?
Embora o Concílio Vaticano II tenha introduzido as línguas nacionais, ele recomendou o latim na liturgia. Penso que sejam por duas razões que não devemos deixar o latim. Acima de tudo, temos um grande legado litúrgico em latim: do Canto Gregoriano à Polifonia, bem como ‘texti venerandi’ (textos veneráveis, sagrados) que os Cristãos têm usado por eras. Junto disso, o latim nos permite mostrar a catolicidade e a universalidade da Igreja. Podemos experimentar esta universalidade de uma maneira única na Basílica de São Pedro e durante outros encontros internacionais, quando homens e mulheres de todos os continentes, nacionalidades e línguas cantam e rezam na mesma linguagem. Quem não se sentirá em casa quando, estando na Igreja, puder unir-se aos irmãos e irmãs na fé ao menos em algumas partes pelo uso do latim?

O senhor concorda que a fé do sacerdote é expressa de um modo especial na liturgia?
Não tenho dúvidas sobre isso. Sendo a liturgia a celebração do mistério de Cristo aqui e agora, o sacerdote é chamado a expressar sua fé de duas maneiras. Primeiro, ele deveria celebrar com olhos de quem vê além da realidade visível para “tocar” o que é invisível, isto é, a presença e a obra de Deus. É a ‘ars celebrandi’ (arte de celebrar) que permite aos fiéis analisar se a liturgia é apenas uma performance, um espetáculo do sacerdote ou se é uma relação vívida e atraente com o mistério de Cristo. Segundo, após a celebração o sacerdote está renovado e pronto para seguir o que experimentou, isto é, para fazer de sua vida uma celebração do mistério de Cristo.


quinta-feira, 31 de março de 2011

MUSICA LITURGICA - CANTAR O ORDINÁRIO DA SANTA MISSA "Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deus Sabaoth"

Pax et Bonum,
Caríssimos irmãos, estamos trazendo um texto retirado do SALVEM A LITURGIA, que realmente transmite um grande problema que vivemos em nossas comunidades nas celebrações das Santas Missas e como grande parte das pessoas que hoje estão envolvida no canto/musica litúrgica estão extremamente alheias a verdadeira função que devem cumprir dentro da liturgia. A principio, queremos esclarecer que o grupo de cantores não são “animadores” da Santa Missa, temos que terminantemente abolir esta expressão. Só se “anima” o que estar morto, já que a palavra latina “anima” quer dizer alma, basta lembrar, na área médica quando estes profissionais “reanimam” aqueles que estão “sem vida” ou por perdê-la. A Santa Missa é que nos anima, pois foi Nela que Nosso Senhor nos garantiu a vida, e Vida Eterna.
Pois bem, sabemos que em grande parte dos grupos que cometem tais erros, e até piores, é porque recebeu péssimas formações ou não receberam formação alguma, já que alem da reforma litúrgica ter chegado as pressas, sem preparação alguma, ainda tivemos a infeliz experiência com a liturgia da teologia da libertação que praticamente tomou para si e monopolizou as celebrações nas décadas de 70, 80 e parte de 90 depois dividiu o espaço com a renovação carismática, então o povo entendeu que isso que ocorria era a única verdade e que só era escolher que “liturgia” melhor se adaptava ao “meu achismo” e pronto. Assim o povo não tem tanta culpa, agora nos cabe correr atrás do tempo e apresentar para as comunidades a Liturgia da Santa Igreja e assim professarmos com nossa oração a fé que recebemos dos Apóstolos.
Como dissemos no inicio deixaremos aqui um belo texto sobre o canto do Sanctus na Santa Missa.
Que a Grande Mãe de Deus lhes garanta uma leitura orante destas palavras para que tudo seja para maior gloria de Deus.

Ave Maria Immaculata.

Postado por Alfredo Votta

O Sanctus, quarta parte do Ordinário da Missa, precedido pelo Kyrie, pelo Gloria e pelo Credo, apresenta o simbolismo do número 3 ao proclamar “Santo, Santo, Santo”. Mais uma vez, a Liturgia tem a Escritura como principal fonte, e falo especificamente do livro do santo profeta Isaías, capítulo 6, versículo 3:

Bíblia Ave Maria - 3. Suas vozes se revezavam e diziam: Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória!

Bíblia da CNBB - 3. Exclamavam um para o outro: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos exércitos, a terra inteira está repleta de sua glória.”

Vulgata - 3. et clamabant alter ad alterum et dicebant sanctus sanctus sanctus Dominus exercituum plena est omnis terra gloria ejus

Neo Vulgata - 3. Et clamabat alter ad alterum et dicebat: “Sanctus, Sanctus, Sanctus Dominus exercituum; plena est omnis terra gloria eius”.

O leitor poderá perceber que, destas quatro traduções, três escolheram a palavra “exércitos”, inclusive as traduções para o latim; lembremo-nos de que o original é hebraico. Uma delas escolheu a palavra “universo”, a mesma da tradução oficial, para o português, do texto litúrgico. A versão latina da Liturgia não fala em exércitos; mantém, sim, a palavra “Sabaoth”, do texto original hebraico, uma espécie de sugestão da impossibilidade de traduzi-la adequadamente.

Entretanto, ela realmente significa “exércitos”, e não há dificuldade na tradução. A manutenção de “Sabaoth” se deve ao fato de que “Senhor dos Exércitos” é um hebraísmo que pode acabar sugerindo algo diferente do verdadeiro para a mentalidade não-hebraica. Tais exércitos são os exércitos celestiais, e conservar a palavra hebraica num texto latino transmite melhor a ideia de que não falamos de qualquer exército. O texto litúrgico em português, entretanto, preferiu “Senhor do Universo”.

Uma segunda palavra hebraica faz parte do texto do Sanctus: “Hosana”. Seu significado original é uma súplica por salvação, mas logo se tornou uma aclamação triunfal. Mais uma vez a fonte é a Escritura: Mt 21, 9.

Bíblia Ave Maria - 9. E toda aquela multidão, que o precedia e que o seguia, clamava: Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!

Biblia da CNBB - 9. As multidões na frente e atrás dele clamavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto † dos céus!”

Vulgata - 9. turbæ autem quæ præcedebant et quæ sequebantur clamabant dicentes osanna Filio David benedictus qui venturus est in nomine Domini osanna in altissimis

Neo Vulgata - 9. Turbae autem, quae praecedebant eum et quae sequebantur, clamabant dicentes: “Hosanna filio David! Benedictus, qui venit in nomine Domini! Hosanna in altissimis!”.

Temos, finalmente, o texto litúrgico em português:

Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do Universo.
O céu e a terra proclamam a vossa glória.
Hosana nas alturas.
Bendito o que vem em nome do Senhor.
Hosana nas alturas.

E em latim:

Sanctus, Sanctus, Sanctus, Dominus Deus Sabaoth.
Pleni sunt coeli et terra gloria tua.
Hosanna in excelsis.
Benedictus qui venit in nomine Domini.
Hosanna in excelsis.

Infelizmente, mais uma vez somos obrigados a ressaltar o fato de que o texto do Sanctus é exclusivamente o que acabo de citar. O motivo que se apresenta mais uma vez são os constantes abusos dessas palavras na forma de modificações e inserções

Existe no Brasil um conhecido Sanctus em português que, creio poder dizer, todo católico sabe cantar, e é considerado por muitos como “tradicional”, e talvez até “antigo”, na atual cultura de considerar antigas as coisas cuja idade passe de uns trinta ou quarenta anos. É fácil referir-se a esse Sanctus justamente pela inserção indevida feita no texto:

O Senhor é Santo, o Senhor é Santo, o Senhor é Santo
O Senhor é nosso Deus, o Senhor é nosso Pai
Que seu reino de amor se estenda sobre a terra.
O Senhor é Santo, o Senhor é Santo, o Senhor é Santo
Bendito o que vem em nome do Senhor
Bendito o que vem em nome do Senhor
Hosana, Hosana, Hosana.

As repetições que não constam do texto original podem até ser consideradas lícitas, mas não custa lembrar que o canto gregoriano não faz isso nunca. Em todo caso, texto repetido é mais comum na tradição polifônica, e não nas monodias. Especialmente num texto do qual faz parte uma repetição evocadora de um número simbólico, o 3, as repetições de outras partes ou a alteração dessas três aclamações para quatro ou cinco acabam enfraquecendo o simbolismo.

Embora a famosa composição cujo texto é o que citei ali não seja uma monodia gregoriana, é uma melodia única destinada ao canto a uma voz só. De qualquer maneira, realmente incorretas são as adições feitas ao texto.

Desconheço a autoria desta música, e o julgamento nada tem de pessoal, mas ela não deve ser utilizada na Liturgia.

Um caso bem pior, sobre o qual cheguei mesmo a escrever um texto específico aqui no Salvem a Liturgia, é o famoso “Santo dos Anjos”. Dói-me profundamente citar-lhe o texto, mas lamentavelmente terei que fazer isso.

Santo, santo, santo, dizem todos os anjos
Santo, santo, santo, é o Senhor Jesus
Santo, santo, santo, é quem os redime
Porque meu Deus é Santo e a terra cheia de sua glória está
Porque meu Deus é Santo e a terra cheia de sua glória está

Céus e terras passarão, mas Sua Palavra não passará    
Céus e terras passarão, mas Sua Palavra não passará
Não, não, não passará
Não, não, não passará

O texto é tão diferente do litúrgico que talvez pudesse ser registrado para fins de cobrança de direitos autorais. Talvez seja exagerado pensar assim, considerando inclusive que uma das inserções abusivas foi tomada da própria Escritura: céus e terra passarão, mas Sua palavra não passará. E isto aparece quatro vezes no texto; não contente, a letra diz “não” diversas outras vezes, e quero fazer desse “não” um “não” a essa composição absolutamente indigna da Liturgia. A rítmica da música é de algum tipo de dança folclórica brasileira, talvez nordestina, o que deve ser deplorado especialmente pelos devotos nordestinos. O nordeste do Brasil, já alvo de tantas caricaturas, tem sua cultura mais uma vez usada de modo ridículo no contexto mais errado possível, a Santa Missa.

Quase sempre acompanhada de palmas (outro erro inadmissível na Liturgia), esta composição se usa em muitos lugares do Brasil no lugar do Sanctus, a poucos minutos da consagração. Para mim, pessoalmente, é um dos símbolos máximos da decadência litúrgica e ainda, por extensão, da decadência intelectual do Brasil. Não hesito em pedir que seja permanentemente banida na companhia de diversas outras composições inadequadas.