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quarta-feira, 16 de março de 2011

Trecho do Livro “Lembranças da Minha vida” do Santo Padre


Amados irmão em Cristo Pax ET Bonum.
Estamos sem postar já há alguns dias, mas deixe nós nos justificarmos. É que estávamos em preparação e depois em retiro no período de carnaval e também no fim de semana seguinte ao carnaval no primeiro final semana da quaresma, que, aqui em forma de partilha, foram dias de muita graça para nossa comunidade reunida.
No período de carnaval estivemos a oportunidade de termos a presença partilhando conosco nos momentos de pregações: O nosso pároco Padre José Aloísio, Padre Nilton, Diac. Luciano, Diac. Charles, Ir. Evelton (Fundador da Comunidade Caritas), A Fraternidade O Caminho com o Ir. Palpere com a guardiã da missão de Maceió a Ir. Débora e as outras irmãs que fazem esta missão. Foram dias de muitas graças quando tivermos com as fotos nós publicamos.
 No final de semana tivemos a presença da fraternidade Arca de Maria com o Pe. Rodrigo Maria (fundador), que veio nos direcionar para uma quaresma verdadeiramente penitente e com espírito de conversão e não “ecológica” e de culto a Gaia.
Colocamos fotos das Fraternidades Arca de Maria e O Caminho (não são fotos do retiro) para os irmãos conhecer.

Pe. Rodrigo Maria (fundador da Fraternidade Arca de Maria)



Pe. Gilson (fundador da Fraternidade O Caminho)

 Fraternidade O Caminho

Pois bem para continuarmos nossas postagens queremos recomeçar com um trecho do livro “Lembranças da Minha Vida” que é uma autobiografia do Santo Padre quando ainda cardeal e que reflete sem rodeios o seu pensamento sobre a reforma litúrgica e o seu desejo de um novo movimento litúrgico. Deixaremos uma parte agora e logo em breve colocaremos outras partes e algumas reflexões a cerca do que vamos encontrando.
Só lembrando que o negrito e os grifos são meus.
            Que tenham uma leitura conduzida pelo Santo Espírito e a Grande Mãe de Deus seja sempre vosso auxilio.
Ave Maria Immaculata.

"[...]A publicação do missal de Paulo VI, com a proibição quase na totalidade do missal precedente, se deu após uma fase de transição de cerca de seis meses. O fato de, após um período de experimentações que muitas vezes tinham transfigurado profundamente a liturgia, tornamos a dispor de um texto litúrgico vinculativo. Era sem dúvida um acontecimento de louvar. Mas causou-me espanto a proibição do missal precedente, uma vez que nunca se tinha verificado nada semelhante na história da liturgia. Foi dada a impressão de que tudo aquilo era normal. O missal anterior foi editado por Pio V em 1570, no seguimento do Concílio de Trento; por conseguinte, era normal que, quatrocentos anos mais tarde e após um novo Concílio, um novo Papa publicasse um novo missal. Mas a verdade histórica é porém outra. Pio V limitara-se a mandar reformular o missal romano que estava então em uso, como no decurso da História se verificara em todos os séculos. Tal como ele, também muitos dos seus sucessores tinham mandado reformular novamente o missal, sem nunca contrapor um missal a outro. Tratou-se sempre de um processo contínuo de crescimento e purificação, que, no entanto, nunca deixava de ter em consideração a continuidade. Não existe um missal de Pio V que tenha sido criado pelo próprio. Existe apenas a reformulação que ele mandou fazer, enquanto fase de um longo processo de crescimento histórico.

O novo missal, após o Concílio de Trento, foi de outra natureza: a irrupção da reforma protestante concretizara-se, sobretudo, na perspectiva das “reformas” litúrgicas. Não havia simplesmente uma Igreja católica e uma Igreja protestante, lado a lado; a divisão da Igreja processou-se de forma quase imperceptível e encontrou a sua manifestação mais visível, e mais incisiva do ponto de vista histórico, na alteração da liturgia, que, por sua vez, se revelou bastante díspar a nível local, tanto que se tornava às vezes difícil de definir os limites entre aquilo que era católico e aquilo que já não o era. Neste contexto de confusão, que apenas foi possível pela ausência de uma normativa litúrgica unitária e pelo pluralismo litúrgico herdado da Idade Média, o Papa Pio V decide que o Missale Romanum, o texto litúrgico da cidade de Roma, uma vez que não havia dúvida que era católico, devia ser introduzido em todos os locais onde não fosse possível reclamar uma liturgia que remontasse a pelo menos duzentos anos antes”.

Nos locais em que isto se verificava, era permitido manter a liturgia precedente, dado que o seu caráter católico se podia considerar seguro. Como tal, não é possível falar de uma proibição no que diz respeito aos missais anteriores e aprovados de forma regular até àquele momento. Nessa altura, pelo contrário, a promulgação da proibição [pelo Vaticano II] do missal que tinha sido desenvolvido ao longo dos séculos, desde o tempo dos rituais da antiga Igreja, comportou uma ruptura na história da liturgia, cujas conseqüências não podiam deixar de ser trágicas. Tal como já acontecera em muitas ocasiões anteriores, era perfeitamente razoável e concordante com as disposições do Concílio que se procedesse a uma revisão do missal, sobretudo no que se referia à introdução das línguas nacionais. Todavia, o que aconteceu nessa altura foi outra coisa: destruiu-se completamente o edifício antigo e construiu-se outro, ainda que com os materiais de que era feito o primeiro e utilizando até os projetos anteriores.

Não resta qualquer dúvida de que este novo missal continha sob muitos aspectos autênticos melhoramentos e um verdadeiro enriquecimento, mas o fato de ter sido apresentado como um edifício novo, em oposição àquele que se tinha vindo a construir no decorrer da história, de se ter proibido este último e de se fazer surgir a liturgia já não como um processo vital, mas como um produto da erudição dos especialistas e da competência dos juristas, acarretou-nos prejuízos de extrema gravidade. Deste modo, desenvolveu-se na verdade a idéia de que a liturgia é “fabricada”, que não se trata de algo cuja existência nos precede, qualquer coisa de “dado”, mas que depende das nossas decisões. Conseqüentemente, daí resulta que esta capacidade de decisão não seja reconhecida apenas aos especialistas ou às autoridades centrais, mas que, em suma, cada “comunidade” queira criar a sua própria liturgia. Todavia, quando a liturgia passa a ser algo que cada um faz por si, deixa de nos dar aquela que é a sua qualidade mais genuína: o encontro com o mistério, que não é produzido por nós, mas antes a nossa origem e a nascente da nossa vida [...]"

Traremos em breve a sequencia desse trecho do livro

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Caros irmãos Pax et Bonum.
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