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quarta-feira, 14 de março de 2012

Carta pastoral do arcebispo de Chieti-Vasto, Dom Bruno Forte sobre o Sacramento da Penitência

Neste caminho quaresmal rumo a Páscoa do Senhor a Santa Igreja nos convida a conversão. E o caminho ordinário para aqueles que realmente se reconhece pecador, mas anseia pela Misericórdia de Deus é o confessionário, é o Sacramento da Penitência.

E para nos auxiliar neste percurso disponibilizamos esta carta pastoral de Dom Bruno ofereceu a sua diocese ainda em 2005.

Domine, Miserere nobis.
 A reconciliação e a beleza de Deus
Carta para o ano pastoral 2005-2006

Tratemos de compreender juntos o que é a confissão: se o compreender verdadeiramente, com a mente e com o coração, sentirá a necessidade e a alegria de fazer experiência deste encontro, no qual Deus, dando-lhe seu perdão mediante o ministro da Igreja, cria em você um coração novo, põe em você um Espírito novo, para que possa viver uma existência reconciliada com Ele, consigo mesmo e com os outros, legando a ser você também capaz de perdoar e amar, além de qualquer tentação de desconfiança e cansaço.

1. Por que se confessar?

Entre as perguntas que meu coração de bispo se faz, escolho uma que me fazem sempre: por que há que se confessar? É uma pergunta que sempre é feita de muitas formas: por que ir a um sacerdote para dizer os próprio pecados e não se pode fazer diretamente a Deus, que nos conhece e compreende muito melhor que qualquer interlocutor humano? E, de maneira mais radical: por que falar de minhas coisas, especialmente daquelas das quais me envergonho até comigo mesmo, a alguém que é pecador como eu, e que talvez valorize de modo completamente diferente ao meu minha experiência, ou não a compreende totalmente? O que ele sabe do que é pecado para mim? Alguém acrescenta: e além disso, existe verdadeiramente o pecado, ou é só uma invenção dos sacerdotes para que nos comportemos bem?

A esta última pergunta creio que possa responder em seguida e sem temor que me desmintam: o pecado existe, e não só é mal, como faz mal. Basta ver a cena cotidiana do mundo, onde se dissipa a violência, guerras, injustiças, abusos, egoísmos, ciúmes e vinganças (exemplo deste «boletim de guerra» nos é dado hoje pelas notícias nos jornais, rádio, televisão e internet). Quem acredita no amor de Deus, além disso, percebe que o pecado é amor isolado sobre si mesmo («amor curvus», «amor fechado», diziam os medievais), ingratidão de quem responde ao amor com a indiferença e a rejeição. Esta rejeição tem conseqüências não só em quem o vive, mas também em toda a sociedade, até produzir condicionamentos e entrelaçamentos de egoísmos e de violências que se constituem em autênticas «estruturas de pecado» (pensemos nas injustiças sociais, na desigualdade entre países ricos e pobres, no escândalo da fome no mundo…). Justamente por isto não se deve duvidar em sublinhar quão grande é a tragédia do pecado e como a perda de sentido do pecado –muito diferente dessa enfermidade da alma que chamados «sentimento de culpa»– debilita o coração diante do espetáculo do mal e das seduções de Satanás, o adversário que tenta nos separar de Deus.

2. A experiência do perdão

Apesar de tudo, contudo, não creio em poder afirmar que o mundo é mau e que fazer o bem é inútil. Pelo contrário, estou convencido de que o bem existe e é muito maior que o mal, que a vida é bela e que viver retamente, por amor e com amor, vale verdadeiramente a pena. A razão profunda que me leva a pensar assim é a experiência da misericórdia de Deus que faço em mim mesmo e que vejo resplandecer em tantas pessoas humildes: é uma experiência que vivi muitas vezes, tanto dando o perdão como ministro da Igreja, como o recebendo. Há anos que me confesso com regularidade, várias vezes ao mês e com alegria de fazê-lo. A alegria nasce do sentir-me amado de modo novo por Deus, cada vez que seu perdão me alcança através do sacerdote que me dá em seu nome. É a alegria que vi sempre no rosto de quem vinha confessar-se: não o fútil sentido de alívio de quem «esvaziou o saco» (a confissão não é um desabafo psicológico nem um encontro consolador, ou não o é principalmente), mas a paz de sentir-se bem «dentro», tocados no coração por um amor que cura, que vem de cima e nos transforma. Pedir com convicção o perdão, recebê-lo com gratidão e dá-lo com generosidade é fonte de uma paz impagável: por isso, é justo e é bonito confessar-se. Queria partilhar as razões desta alegria a todos aqueles aos quais consiga chegar com esta carta.

3. Confessar-se com um sacerdote?

O fiel me perguntas então: por que há que se confessar a um sacerdote os próprios pecados e não se pode fazer diretamente a Deus? Certamente, a pessoa se dirige sempre a Deus quando confessa os próprios pecados. Que seja, contudo, necessário fazê-lo também diante de um sacerdote o próprio Deus nos faz compreender: ao enviar seu Filho com nossa carne, demonstra querer encontrar-se conosco mediante um contato direto, que passa por meio dos sinais e das linguagens de nossa condição humana. Assim como Ele saiu de si mesmo por nosso amor e veio a «nos tocar» com sua carne, também nós somos chamados a sair de nós mesmos por seu amor e ir com humildade e fé a quem pode nos dar o perdão em seu nome com a palavra e com o gesto. Só a absolvição dos pecados que o sacerdote te dá no sacramento pode comunicar-te a certeza interior de ter sido verdadeiramente perdoado e acolhido pelo Pai que está nos céus, porque Cristo confiou ao ministério da Igreja o poder de atar e desatar, de excluir e de admitir na comunidade da aliança (Cf. Mateus 18, 17). É Ele que, ressuscitado da morte, disse aos Apóstolos: «Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os reterdes, serão retidos» (João 20, 22-23). Portanto, confessar-se com um sacerdote é muito diferente de fazê-lo no segredo do coração, exposto a tantas inseguranças e ambigüidades que enchem a vida e a história. Tu sozinho não saberás nunca verdadeiramente se quem te tocou foi a graça de Deus ou tua emoção, se quem te perdoou foi tu mesmo ou foi Ele pela via que Ele escolheu. Absolvido por quem o Senhor elegeu e enviou como ministro do perdão, poderás experimentar a liberdade que só Deus dá e compreenderás porque se confessar é fonte de paz.

4. Um Deus próximo a nossa fraqueza

A confissão é, portanto, o encontro com o perdão divino, que nos é oferecido em Jesus e que nos é transmitido mediante o ministério da Igreja. Neste sinal eficaz da graça, encontro com a misericórdia sem fim, é-nos oferecido o rosto de um Deus que conhece como ninguém nossa condição humana e se faz próximo com terno amor. Os inumeráveis episódios da vida de Jesus nos demonstram, desde o encontro com a Samaritana à cura do paralítico, desde o perdão à adúltera às lágrimas diante da morte do amigo Lázaro... Desta proximidade terna e compassiva de Deus temos imensa necessidade, como demonstra também um simples olhar para nossa existência: cada um de nós convive com a própria fraqueza, atravessa a enfermidade, assoma à morte, adverte o desafio das perguntas que tudo isto cria no coração. Por muito que logo possamos desejar fazer o bem, a fragilidade que nos caracteriza a todos nos expõe continuamente ao risco de cair na tentação. O Apóstolo Paulo descreveu com precisão esta experiência: «Há em mim o desejo do bem, mas não a capacidade de realizá-lo; com efeito, eu não faço o bem que quero, mas o mal que não quero» (Romanos 7, 18s). É o conflito interior do qual nasce a invocação: «Quem me libertará deste corpo que me leva à morte?» (Romanos 7, 24). A ela responde de modo especial o sacramento do perdão, que vem a nos socorrer sempre de novo em nossa condição de pecado, alcançando-nos com a força curadora da graça divina e transformando nosso coração e nossos comportamentos. Por isso, a Igreja não se cansa de nos propor a graça deste sacramento durante todo o caminho de nossa vida: através dela, Jesus, verdadeiro médico celestial, toma nossos pecados e nos acompanha, continuando sua obra de cura e de salvação. Como acontece em cada história de amor, também a aliança com o Senhor há que ser renovada sem descanso: a fidelidade e o empenho sempre novo do coração que se entrega e acolhe o amor que lhe é oferecido, até o dia em que Deus será tudo em todos.

5. Etapas do encontro com o perdão

Precisamente porque foi desejado por um Deus profundamente «humano», o encontro com a misericórdia que nos é oferecido por Jesus se produz em várias etapas, que respeitam os tempos da vida e do coração. No início, está a escuta da boa notícia, na qual te alcança o chamado do Amado: «O tempo se cumpriu e o Reino de Deus está próximo; convertei-vos e crede na Boa Nova» (Marcos 1, 15). Por meio dessa voz o Espírito Santo atua em ti, dando-te doçura para consentir e crer na Verdade. Quando te tornas dócil a esta voz e decides responder com todo o coração a Quem te chama, empreendes o caminho que te leva ao presente maior, um dom tão valioso que leva Paulo a dizer: «Em nome de Cristo vos suplicamos: reconciliai-vos com Deus!» (2 Coríntios 5, 20).

A reconciliação é precisamente o sacramento do encontro com Cristo que, mediante o ministério da Igreja, vem socorrer a debilidade de quem traiu ou rejeitou a aliança com Deus, reconcilia-o com o Pai e com a Igreja, recria-o como criatura nova na força do Espírito Santo. Este sacramento é chamado também de penitência, porque nele se expressa a conversão do homem, o caminho do coração que se arrepende e vem a invocar o perdão de Deus. O termo confissão –usado normalmente– refere-se, em contrapartida, ao ato de confessar as próprias culpas diante do sacerdote, mas recorda também a tripla confissão que há que se fazer para viver em plenitude a celebração da reconciliação: a confissão de louvor («confessio laudis»), com a qual fazemos memória do amor divino que nos precede e nos acompanha, reconhecendo seus sinais em nossa vida e compreendendo melhor assim a gravidade de nossa culpa; a confissão do pecado, com a qual apresentamos ao Pai nosso coração humilde e arrependido, reconhecendo nossos pecados («confessio peccati»); a confissão de fé, por último, com a qual nos abrimos ao perdão que livra e salva, que nos é oferecido com a absolvição («confessio fidei»). Por sua vez, os gestos e as palavras nas quais expressamos o dom que recebemos confessarão na vida as maravilhas realizadas em nós pela misericórdia de Deus.

6. A festa do encontro

Na história da Igreja, a penitência foi vivida em uma grande variedade de formas, comunitárias e individuais, que contudo todas mantiveram a estrutura fundamental do encontro pessoal entre o pecador arrependido e o Deus vivo, por meio da meditação do ministério do bispo ou do sacerdote. Por meio das palavras da absolvição, pronunciadas por um homem pecador que, contudo, foi eleito e consagrado para o ministério, é Cristo mesmo aquele que acolhe o pecador arrependido e o reconcilia com o Pai e no dom do Espírito Santo o renova como membro vivo da Igreja. Reconciliados com Deus, somos acolhidos na comunhão vivificante da Trindade e recebemos em nós a vida nova da graça, o amor que só Deus pode infundir em nossos corações: o sacramento do perdão renova, assim, nossa relação com o Pai, com o Filho e com o Espírito Santo, em cujo nome se nos dá a absolvição das culpas. Como mostra a parábola do Pai e os dois filhos, o encontro da reconciliação culmina em um banquete de pratos saborosos, no qual se participa com o traje novo, o anel e os pés calçados (Cf. Lucas 15, 22s): imagens que expressam a alegria e a beleza do presente oferecido e recebido. Verdadeiramente, para usar as palavras do pai na parábola, «comamos e celebremos uma festa, porque este meu filho estava morto e voltou à vida; estava perdido e foi encontrado» (Lucas 15, 24). Que bonito pensar que aquele filho pode ser cada um de nós!

7. A volta à casa do Pai

Em relação a Deus Pai, a penitência apresenta-se como uma «volta para casa» (este é propriamente o sentido da palavra «teshuvá», que o hebraico usa para dizer «conversão»). Mediante a tomada de consciência de tuas culpas, tu te dás conta de estar no exílio, longe da pátria do amor: tu sentes mal-estar, dor, porque compreendes que a culpa é uma ruptura da aliança com o Senhor, uma rejeição de seu amor, é «amor não amado», e por isso é também fonte de alienação, porque o pecado tira-nos de nossa verdadeira morada, o coração do Pai. É então quando faz falta recordar a casa na qual nos esperam: sem esta memória do amor não poderíamos nunca ter a confiança e a esperança necessárias para tomar a decisão de voltar a Deus. Com a humildade de quem sabe que não é digno de ser chamado «filho», podemos decidir a ir bater à porta da casa do Pai: que surpresa descobrir que está na janela olhando o horizonte porque espera há muito tempo nosso retorno! A nossas mãos abertas, ao coração humilde e arrependido, responde o oferecimento gratuito do perdão com o qual o Pai nos reconcilia consigo, «convertendo-nos» de alguma maneira a nós mesmos: «Estando ele ainda longe, seu pai o viu e, comovido, correu, lançou-se ao pescoço e o beijou efusivamente» (Lucas 15, 20). Com extraordinária ternura, Deus introduz-nos de modo renovado na condição de filhos, oferecida pela aliança estabelecida em Jesus.

8. O encontro com Cristo, morte e ressuscitado por nós

Em relação ao Filho, o sacramento da reconciliação nos oferece a alegria do encontro com Ele, o Senhor crucificado e ressuscitado, que, através de sua Páscoa nos dá a vida nova, infundindo seu Espírito em nossos corações. Este encontro se realiza mediante o itinerário que leva a cada um de nós a confessar nossas culpas com humildade e dor pelos pecados e a receber com gratidão plena de estupor o perdão. Unidos a Jesus em sua morte de Cruz, morremos ao pecado e ao homem velho que nele triunfou. Seu sangue, derramado por nós nos reconcilia com Deus e com os demais, derrubando o muro da inimizade que nos mantinha prisioneiros de nossa solidão sem esperança e sem amor. A força de sua ressurreição nos alcança e transforma: o ressuscitado nos toca o coração, o faz arder com uma fé nova que nos abre os olhos e nos torna capazes de reconhecer-lhe junto a nós e reconhecer sua voz em quem tem necessidade de nós. Toda nossa existência de pecadores, unida a Cristo crucificado e ressuscitado, se oferece à misericórdia de Deus para ser curada da angústia, liberada do peso da culpa, confirmada nos dons de Deus e renovada no poder de seu Amor vitorioso. Libertos pelo Senhor Jesus, somos chamados a viver como Ele livres do medo, da culpa e das seduções do mal, para realizar obras de verdade, de justiça e de paz.

9. A vida nova do Espírito

Graças ao dom do Espírito que infunde em nós o amor de Deus (Cf. Romanos 5, 5), o sacramento da reconciliação é fonte de vida nova, comunhão renovada com Deus e com a Igreja, da qual precisamente o Espírito é a alma e a força de coesão. O Espírito impulsiona ao pecador perdoado a expressar na vida a paz recebida, aceitando sobretudo as conseqüências da culpa cometida, a chamada «pena», que é como o efeito da enfermidade representada pelo pecado, e que há que ser considerada como uma ferida para ser curada com o óleo da graça e a paciência do amor que temos que ter a nós mesmos. O Espírito, além disso, nos ajuda a amadurecer o firme propósito de viver um caminho de conversão feito de empenhos concretos de caridade e de oração: o sinal penitencial requerido pelo confessor serve justamente para expressar esta eleição. A vida nova, à que assim renascemos, pode demonstrar mais que qualquer outra coisa a beleza e a força do perdão invocado e recebido sempre de novo («perdão» quer dizer justamente dom renovado: perdoar é dar infinitamente!) Pergunto-te então: por que prescindir de um presente tão grande? Aproxima-te da confissão com coração humilde e contrito e vive-a com fé: mudar-te-á a vida e dera paz a teu coração. Então, teus olhos se abrirão para reconhecer os sinais da beleza de Deus presentes na criação e na história e te surgirá da alma o canto de louvor.

E também a ti, sacerdote que me lês e que, como eu, és ministro do perdão, queria dirigir um convite que me nasce do coração: estejas sempre pronto –a tempo e contratempo–, a anunciar a todos a misericórdia e a dar a quem te pede o perdão que necessita para viver e morrer. Para aquela pessoa, poderia se tratar da hora de Deus em sua vida!

10. Deixemo-nos reconciliar com Deus!

O convite do apóstolo Paulo se converte, assim, também no meu: expresso-o servindo-me de duas vozes distintas. A primeira, é a de Friedrich Nietzsche, que, em sua juventude, escreveu palavras apaixonadas, sinal da necessidade de misericórdia divina que todos levamos dentro: «Uma vez mais, antes de partir e dirigir meu olhar até o alto, ao ficar só, elevo minhas mãos a Ti, em quem me refugio, a quem desde o profundo do coração consagrei alteras, para que cada hora tua voz me volte a chamar... Quero conhecer-te, a Ti, o Desconhecido, que penetres até o fundo da alma e como tempestade sacudas minha vida, tu que és incansável e contudo semelhante a mim! Quero conhecer-te e também servir-te» («Scritti giovanili», «Escritos Juvenis» I, 1, Milão 1998, 388). A outra voz é a que se atribui a S. Francisco de Assis, que expressa a verdade de uma vida renovada pela graça do perdão: «Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz. Que onde haja ódio, eu leve o amor. Que onde haja ofensa, eu leve o perdão. Que onde haja discórdia, eu leve a união. Que onde haja erro, eu leve a verdade. Que onde haja dúvida, eu leve a Fé. Que lá onde haja desespero, eu leve a esperança. Que onde haja trevas, eu leve a luz. Que onde haja tristeza, leve alegria. Oh Senhor, que eu não busque tanto ser consolado, mas consolar, ser compreendido, mas compreender, ser amado, mas amar». São estes os frutos da reconciliação, invocada e acolhida por Deus, que desejo a todos vós que me ledes. Com este desejo, que se faz oração, vos abraço e abençôo um a um.

+ Bruno, vosso pai na fé


PARA O EXAME DE CONSCIÊNCIA

Prepara-te para a confissão se possível em prazos regulares e não muito distantes no tempo, em um clima de oração, respondendo a estas perguntas sob o olhar de Deus, eventualmente verificando com quem possa ajudar-te a caminhar mais rápido na via do Senhor.

1. «Não terás outro Deus além de mim» (Dt 5,7). «Amarás ao Senhor com todo teu coração, com toda tua alma e com toda tua mente» (Mt 22, 37). Amo assim o Senhor? Dou-lhe o primeiro lugar em minha vida? Empenho-me em rejeitar todo ídolo que pode interpor-se entre Ele e eu, seja o dinheiro, o prazer, a superstição ou o poder? Escuto com fé sua Palavra? Sou perseverante na oração?

2. «Não tomarás em falso o nome do Senhor teu Deus» (Dt 5, 11). Respeito o nome santo de Deus? Abuso ao referir-me a Ele ofendendo-o ou servindo-me dele em lugar de servi-lo? Bendigo a Deus em cada um de meus atos? Remeto-me sem reservas a sua vontade sobre mim, confiando totalmente nele? Confio-me com humildade e confiança à guia e ao ensinamento dos pastores que o Senhor deu a sua Igreja? Empenho-me em aprofundar e nutrir minha vida de fé?

3. «Santificarás as festas» (cf. Dt 5, 12-15). Vivo a centralidade do domingo, começando por seu centro que é a celebração da eucaristia, e os outros dias consagrados ao Senhor para louvá-lo e dar-lhe graças para confiar-me a ele e repousar nele? Participo com fidelidade e empenho na liturgia festiva, preparando-me a ela com a oração e esforçando-me em obter fruto durante toda a semana? Santifico o dia de festa com algum gesto de amor para com quem precisa?

4. «Honra teu pai e tua mãe» (Dt 5, 16). Amo e respeito quem me deu a vida? Esforço-me por compreendê-los e ajudá-los, sobretudo em sua fraqueza e seus limites?

5. «Não matar» (Dt 5, 17). Esforço-me por respeitar e promover a vida em todas suas etapas e em todos seus aspectos? Faço tudo o que está em meu poder pelo bem dos demais? Fiz mal a alguém com a intenção explícita de fazê-lo? «Amarás ao próximo como a ti mesmo» (Mt 22, 39). Como vivo a caridade para com o próximo? Estou atento e disponível, sobretudo para com os mais pobres e os mais fracos? Amo a mim mesmo, sabendo aceitar meus limites sob o olhar de Deus?

6. «Não cometerás atos impuros» (cf. Dt 5, 18). «Não desejarás a mulher de teu próximo» (Dt 5, 21). Sou casto em pensamentos e atos? Esforço-me em amar com gratidão, livre da tentação da posse e dos apegos? Respeito sempre e em tudo a dignidade da pessoa humana? Trato meu corpo e o corpo dos demais como templo do Espírito Santo?

7. «Não roubar» (Dt 5, 19). «Não desejar os bens alheios» (Dt 5, 21). Respeito os bens da criação? Sou honesto no trabalho e em minhas relações com os demais? Respeito o fruto de trabalho dos demais? Sou invejoso do bem dos outros? Esforço-me em fazer os outros felizes ou penso só em minha felicidade?

8. «Não pronunciar falso testemunho» (Dt 5, 20). Sou sincero e leal em cada palavra e ação? Testemunho sempre e só a verdade? Trato de dar confiança e atuo em modo de merecê-la?

9. Esforço-me por seguir a Jesus na via de minha entrega a Deus e aos demais? Tento ser como Ele, humilde, pobre e casto?

10. Encontro o Senhor fielmente nos sacramentos, na comunhão fraterna e no serviço aos mais pobres? Vivo a esperança na vida eterna, olhando cada coisa à luz do Deus que chega e confiando sempre em suas promessas?


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