Neste caminho quaresmal rumo a Páscoa
do Senhor a Santa Igreja nos convida a conversão. E o caminho ordinário
para aqueles que realmente se reconhece pecador, mas anseia pela
Misericórdia de Deus é o confessionário, é o Sacramento da Penitência.
E para nos auxiliar neste percurso
disponibilizamos esta carta pastoral de Dom Bruno ofereceu a sua diocese ainda
em 2005.
Domine, Miserere nobis.
A reconciliação e a beleza de Deus
Carta para o ano pastoral 2005-2006
Tratemos de compreender
juntos o que é a confissão: se o compreender verdadeiramente, com a mente e com
o coração, sentirá a necessidade e a alegria de fazer experiência deste
encontro, no qual Deus, dando-lhe seu perdão mediante o ministro da Igreja,
cria em você um coração novo, põe em você um Espírito novo, para que possa
viver uma existência reconciliada com Ele, consigo mesmo e com os outros,
legando a ser você também capaz de perdoar e amar, além de qualquer tentação de
desconfiança e cansaço.
1. Por que se confessar?
Entre as perguntas que meu
coração de bispo se faz, escolho uma que me fazem sempre: por que há que se
confessar? É uma pergunta que sempre é feita de muitas formas: por que ir a um
sacerdote para dizer os próprio pecados e não se pode fazer diretamente a Deus,
que nos conhece e compreende muito melhor que qualquer interlocutor humano? E,
de maneira mais radical: por que falar de minhas coisas, especialmente daquelas
das quais me envergonho até comigo mesmo, a alguém que é pecador como eu, e que
talvez valorize de modo completamente diferente ao meu minha experiência, ou
não a compreende totalmente? O que ele sabe do que é pecado para mim? Alguém
acrescenta: e além disso, existe verdadeiramente o pecado, ou é só uma invenção
dos sacerdotes para que nos comportemos bem?
A
esta última pergunta creio que possa responder em seguida e sem temor que me
desmintam: o pecado existe, e não só é mal, como faz mal. Basta ver a cena
cotidiana do mundo, onde se dissipa a violência, guerras, injustiças, abusos,
egoísmos, ciúmes e vinganças (exemplo deste «boletim de guerra» nos é dado hoje
pelas notícias nos jornais, rádio, televisão e internet). Quem acredita no amor
de Deus, além disso, percebe que o pecado é amor isolado sobre si mesmo («amor
curvus», «amor fechado», diziam os medievais), ingratidão de quem responde ao
amor com a indiferença e a rejeição. Esta rejeição tem conseqüências não só em
quem o vive, mas também em toda a sociedade, até produzir condicionamentos e
entrelaçamentos de egoísmos e de violências que se constituem em autênticas
«estruturas de pecado» (pensemos nas injustiças sociais, na desigualdade entre
países ricos e pobres, no escândalo da fome no mundo…). Justamente por isto não
se deve duvidar em sublinhar quão grande é a tragédia do pecado e como a perda
de sentido do pecado –muito diferente dessa enfermidade da alma que chamados
«sentimento de culpa»– debilita o coração diante do espetáculo do mal e das
seduções de Satanás, o adversário que tenta nos separar de Deus.
2.
A experiência do perdão
Apesar de tudo, contudo,
não creio em poder afirmar que o mundo é mau e que fazer o bem é inútil. Pelo
contrário, estou convencido de que o bem existe e é muito maior que o mal, que
a vida é bela e que viver retamente, por amor e com amor, vale verdadeiramente a
pena. A razão profunda que me leva a pensar assim é a experiência da
misericórdia de Deus que faço em mim mesmo e que vejo resplandecer em tantas
pessoas humildes: é uma experiência que vivi muitas vezes, tanto dando o perdão
como ministro da Igreja, como o recebendo. Há anos que me confesso com
regularidade, várias vezes ao mês e com alegria de fazê-lo. A alegria nasce do
sentir-me amado de modo novo por Deus, cada vez que seu perdão me alcança
através do sacerdote que me dá em seu nome. É a alegria que vi sempre no rosto
de quem vinha confessar-se: não o fútil sentido de alívio de quem «esvaziou o
saco» (a confissão não é um desabafo psicológico nem um encontro consolador, ou
não o é principalmente), mas a paz de sentir-se bem «dentro», tocados no coração
por um amor que cura, que vem de cima e nos transforma. Pedir com convicção o
perdão, recebê-lo com gratidão e dá-lo com generosidade é fonte de uma paz
impagável: por isso, é justo e é bonito confessar-se. Queria partilhar as
razões desta alegria a todos aqueles aos quais consiga chegar com esta carta.
3.
Confessar-se com um sacerdote?
O fiel me perguntas então:
por que há que se confessar a um sacerdote os próprios pecados e não se pode
fazer diretamente a Deus? Certamente, a pessoa se dirige sempre a Deus quando
confessa os próprios pecados. Que seja, contudo, necessário fazê-lo também
diante de um sacerdote o próprio Deus nos faz compreender: ao enviar seu Filho
com nossa carne, demonstra querer encontrar-se conosco mediante um contato
direto, que passa por meio dos sinais e das linguagens de nossa condição
humana. Assim como Ele saiu de si mesmo por nosso amor e veio a «nos tocar» com
sua carne, também nós somos chamados a sair de nós mesmos por seu amor e ir com
humildade e fé a quem pode nos dar o perdão em seu nome com a palavra e com o
gesto. Só a absolvição dos pecados que o sacerdote te dá no sacramento pode
comunicar-te a certeza interior de ter sido verdadeiramente perdoado e acolhido
pelo Pai que está nos céus, porque Cristo confiou ao ministério da Igreja o
poder de atar e desatar, de excluir e de admitir na comunidade da aliança (Cf.
Mateus 18, 17). É Ele que, ressuscitado da morte, disse aos Apóstolos: «Recebei
o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem os reterdes,
serão retidos» (João 20, 22-23). Portanto, confessar-se com um sacerdote é
muito diferente de fazê-lo no segredo do coração, exposto a tantas inseguranças
e ambigüidades que enchem a vida e a história. Tu sozinho não saberás nunca
verdadeiramente se quem te tocou foi a graça de Deus ou tua emoção, se quem te
perdoou foi tu mesmo ou foi Ele pela via que Ele escolheu. Absolvido por quem o
Senhor elegeu e enviou como ministro do perdão, poderás experimentar a
liberdade que só Deus dá e compreenderás porque se confessar é fonte de paz.
4.
Um Deus próximo a nossa fraqueza
A confissão é, portanto, o
encontro com o perdão divino, que nos é oferecido em Jesus e que nos é
transmitido mediante o ministério da Igreja. Neste sinal eficaz da graça,
encontro com a misericórdia sem fim, é-nos oferecido o rosto de um Deus que
conhece como ninguém nossa condição humana e se faz próximo com terno amor. Os
inumeráveis episódios da vida de Jesus nos demonstram, desde o encontro com a
Samaritana à cura do paralítico, desde o perdão à adúltera às lágrimas diante
da morte do amigo Lázaro... Desta proximidade terna e compassiva de Deus temos
imensa necessidade, como demonstra também um simples olhar para nossa
existência: cada um de nós convive com a própria fraqueza, atravessa a
enfermidade, assoma à morte, adverte o desafio das perguntas que tudo isto cria
no coração. Por muito que logo possamos desejar fazer o bem, a fragilidade que
nos caracteriza a todos nos expõe continuamente ao risco de cair na tentação. O
Apóstolo Paulo descreveu com precisão esta experiência: «Há em mim o desejo do
bem, mas não a capacidade de realizá-lo; com efeito, eu não faço o bem que
quero, mas o mal que não quero» (Romanos 7, 18s). É o conflito interior do qual
nasce a invocação: «Quem me libertará deste corpo que me leva à morte?»
(Romanos 7, 24). A ela responde de modo especial o sacramento do perdão, que
vem a nos socorrer sempre de novo em nossa condição de pecado, alcançando-nos
com a força curadora da graça divina e transformando nosso coração e nossos
comportamentos. Por isso, a Igreja não se cansa de nos propor a graça deste
sacramento durante todo o caminho de nossa vida: através dela, Jesus,
verdadeiro médico celestial, toma nossos pecados e nos acompanha, continuando
sua obra de cura e de salvação. Como acontece em cada história de amor, também
a aliança com o Senhor há que ser renovada sem descanso: a fidelidade e o
empenho sempre novo do coração que se entrega e acolhe o amor que lhe é
oferecido, até o dia em que Deus será tudo em todos.
5.
Etapas do encontro com o perdão
Precisamente porque foi
desejado por um Deus profundamente «humano», o encontro com a misericórdia que
nos é oferecido por Jesus se produz em várias etapas, que respeitam os tempos
da vida e do coração. No início, está a escuta da boa notícia, na qual te alcança
o chamado do Amado: «O tempo se cumpriu e o Reino de Deus está próximo;
convertei-vos e crede na Boa Nova» (Marcos 1, 15). Por meio dessa voz o
Espírito Santo atua em ti, dando-te doçura para consentir e crer na Verdade.
Quando te tornas dócil a esta voz e decides responder com todo o coração a Quem
te chama, empreendes o caminho que te leva ao presente maior, um dom tão
valioso que leva Paulo a dizer: «Em nome de Cristo vos suplicamos:
reconciliai-vos com Deus!» (2 Coríntios 5, 20).
A
reconciliação é precisamente o sacramento do encontro com Cristo que, mediante
o ministério da Igreja, vem socorrer a debilidade de quem traiu ou rejeitou a
aliança com Deus, reconcilia-o com o Pai e com a Igreja, recria-o como criatura
nova na força do Espírito Santo. Este sacramento é chamado também de
penitência, porque nele se expressa a conversão do homem, o caminho do coração
que se arrepende e vem a invocar o perdão de Deus. O termo confissão –usado
normalmente– refere-se, em contrapartida, ao ato de confessar as próprias
culpas diante do sacerdote, mas recorda também a tripla confissão que há que se
fazer para viver em plenitude a celebração da reconciliação: a confissão de
louvor («confessio laudis»), com a qual fazemos memória do amor divino que nos
precede e nos acompanha, reconhecendo seus sinais em nossa vida e compreendendo
melhor assim a gravidade de nossa culpa; a confissão do pecado, com a qual
apresentamos ao Pai nosso coração humilde e arrependido, reconhecendo nossos
pecados («confessio peccati»); a confissão de fé, por último, com a qual nos
abrimos ao perdão que livra e salva, que nos é oferecido com a absolvição
(«confessio fidei»). Por sua vez, os gestos e as palavras nas quais expressamos
o dom que recebemos confessarão na vida as maravilhas realizadas em nós pela
misericórdia de Deus.
6.
A festa do encontro
Na história da Igreja, a
penitência foi vivida em uma grande variedade de formas, comunitárias e
individuais, que contudo todas mantiveram a estrutura fundamental do encontro
pessoal entre o pecador arrependido e o Deus vivo, por meio da meditação do
ministério do bispo ou do sacerdote. Por meio das palavras da absolvição,
pronunciadas por um homem pecador que, contudo, foi eleito e consagrado para o
ministério, é Cristo mesmo aquele que acolhe o pecador arrependido e o
reconcilia com o Pai e no dom do Espírito Santo o renova como membro vivo da
Igreja. Reconciliados com Deus, somos acolhidos na comunhão vivificante da
Trindade e recebemos em nós a vida nova da graça, o amor que só Deus pode infundir
em nossos corações: o sacramento do perdão renova, assim, nossa relação com o
Pai, com o Filho e com o Espírito Santo, em cujo nome se nos dá a absolvição
das culpas. Como mostra a parábola do Pai e os dois filhos, o encontro da
reconciliação culmina em um banquete de pratos saborosos, no qual se participa
com o traje novo, o anel e os pés calçados (Cf. Lucas 15, 22s): imagens que
expressam a alegria e a beleza do presente oferecido e recebido.
Verdadeiramente, para usar as palavras do pai na parábola, «comamos e
celebremos uma festa, porque este meu filho estava morto e voltou à vida;
estava perdido e foi encontrado» (Lucas 15, 24). Que bonito pensar que aquele
filho pode ser cada um de nós!
7.
A volta à casa do Pai
Em relação a Deus Pai, a
penitência apresenta-se como uma «volta para casa» (este é propriamente o
sentido da palavra «teshuvá», que o hebraico usa para dizer «conversão»).
Mediante a tomada de consciência de tuas culpas, tu te dás conta de estar no
exílio, longe da pátria do amor: tu sentes mal-estar, dor, porque compreendes
que a culpa é uma ruptura da aliança com o Senhor, uma rejeição de seu amor, é
«amor não amado», e por isso é também fonte de alienação, porque o pecado
tira-nos de nossa verdadeira morada, o coração do Pai. É então quando faz falta
recordar a casa na qual nos esperam: sem esta memória do amor não poderíamos
nunca ter a confiança e a esperança necessárias para tomar a decisão de voltar
a Deus. Com a humildade de quem sabe que não é digno de ser chamado «filho», podemos
decidir a ir bater à porta da casa do Pai: que surpresa descobrir que está na
janela olhando o horizonte porque espera há muito tempo nosso retorno! A nossas
mãos abertas, ao coração humilde e arrependido, responde o oferecimento
gratuito do perdão com o qual o Pai nos reconcilia consigo, «convertendo-nos»
de alguma maneira a nós mesmos: «Estando ele ainda longe, seu pai o viu e,
comovido, correu, lançou-se ao pescoço e o beijou efusivamente» (Lucas 15, 20).
Com extraordinária ternura, Deus introduz-nos de modo renovado na condição de
filhos, oferecida pela aliança estabelecida em Jesus.
8.
O encontro com Cristo, morte e ressuscitado por nós
Em relação ao Filho, o
sacramento da reconciliação nos oferece a alegria do encontro com Ele, o Senhor
crucificado e ressuscitado, que, através de sua Páscoa nos dá a vida nova,
infundindo seu Espírito em nossos corações. Este encontro se realiza mediante o
itinerário que leva a cada um de nós a confessar nossas culpas com humildade e
dor pelos pecados e a receber com gratidão plena de estupor o perdão. Unidos a
Jesus em sua morte de Cruz, morremos ao pecado e ao homem velho que nele
triunfou. Seu sangue, derramado por nós nos reconcilia com Deus e com os
demais, derrubando o muro da inimizade que nos mantinha prisioneiros de nossa
solidão sem esperança e sem amor. A força de sua ressurreição nos alcança e
transforma: o ressuscitado nos toca o coração, o faz arder com uma fé nova que
nos abre os olhos e nos torna capazes de reconhecer-lhe junto a nós e reconhecer
sua voz em quem tem necessidade de nós. Toda nossa existência de pecadores,
unida a Cristo crucificado e ressuscitado, se oferece à misericórdia de Deus
para ser curada da angústia, liberada do peso da culpa, confirmada nos dons de
Deus e renovada no poder de seu Amor vitorioso. Libertos pelo Senhor Jesus,
somos chamados a viver como Ele livres do medo, da culpa e das seduções do mal,
para realizar obras de verdade, de justiça e de paz.
9.
A vida nova do Espírito
Graças ao dom do Espírito
que infunde em nós o amor de Deus (Cf. Romanos 5, 5), o sacramento da
reconciliação é fonte de vida nova, comunhão renovada com Deus e com a Igreja,
da qual precisamente o Espírito é a alma e a força de coesão. O Espírito
impulsiona ao pecador perdoado a expressar na vida a paz recebida, aceitando
sobretudo as conseqüências da culpa cometida, a chamada «pena», que é como o
efeito da enfermidade representada pelo pecado, e que há que ser considerada
como uma ferida para ser curada com o óleo da graça e a paciência do amor que
temos que ter a nós mesmos. O Espírito, além disso, nos ajuda a amadurecer o
firme propósito de viver um caminho de conversão feito de empenhos concretos de
caridade e de oração: o sinal penitencial requerido pelo confessor serve
justamente para expressar esta eleição. A vida nova, à que assim renascemos,
pode demonstrar mais que qualquer outra coisa a beleza e a força do perdão
invocado e recebido sempre de novo («perdão» quer dizer justamente dom
renovado: perdoar é dar infinitamente!) Pergunto-te então: por que prescindir
de um presente tão grande? Aproxima-te da confissão com coração humilde e
contrito e vive-a com fé: mudar-te-á a vida e dera paz a teu coração. Então,
teus olhos se abrirão para reconhecer os sinais da beleza de Deus presentes na criação
e na história e te surgirá da alma o canto de louvor.
E
também a ti, sacerdote que me lês e que, como eu, és ministro do perdão, queria
dirigir um convite que me nasce do coração: estejas sempre pronto –a tempo e
contratempo–, a anunciar a todos a misericórdia e a dar a quem te pede o perdão
que necessita para viver e morrer. Para aquela pessoa, poderia se tratar da
hora de Deus em sua vida!
10.
Deixemo-nos reconciliar com Deus!
O convite do apóstolo
Paulo se converte, assim, também no meu: expresso-o servindo-me de duas vozes
distintas. A primeira, é a de Friedrich Nietzsche, que, em sua juventude,
escreveu palavras apaixonadas, sinal da necessidade de misericórdia divina que
todos levamos dentro: «Uma vez mais, antes de partir e dirigir meu olhar até o
alto, ao ficar só, elevo minhas mãos a Ti, em quem me refugio, a quem desde o
profundo do coração consagrei alteras, para que cada hora tua voz me volte a
chamar... Quero conhecer-te, a Ti, o Desconhecido, que penetres até o fundo da
alma e como tempestade sacudas minha vida, tu que és incansável e contudo semelhante
a mim! Quero conhecer-te e também servir-te» («Scritti giovanili», «Escritos
Juvenis» I, 1, Milão 1998, 388). A outra voz é a que se atribui a S. Francisco
de Assis, que expressa a verdade de uma vida renovada pela graça do perdão:
«Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz. Que onde haja ódio, eu leve
o amor. Que onde haja ofensa, eu leve o perdão. Que onde haja discórdia, eu
leve a união. Que onde haja erro, eu leve a verdade. Que onde haja dúvida, eu
leve a Fé. Que lá onde haja desespero, eu leve a esperança. Que onde haja
trevas, eu leve a luz. Que onde haja tristeza, leve alegria. Oh Senhor, que eu
não busque tanto ser consolado, mas consolar, ser compreendido, mas
compreender, ser amado, mas amar». São estes os frutos da reconciliação,
invocada e acolhida por Deus, que desejo a todos vós que me ledes. Com este
desejo, que se faz oração, vos abraço e abençôo um a um.
+ Bruno, vosso pai na fé
PARA O EXAME DE
CONSCIÊNCIA
Prepara-te para a confissão se possível em prazos regulares e não
muito distantes no tempo, em um clima de oração, respondendo a estas perguntas
sob o olhar de Deus, eventualmente verificando com quem possa ajudar-te a
caminhar mais rápido na via do Senhor.
1. «Não terás outro Deus além de mim» (Dt 5,7). «Amarás ao
Senhor com todo teu coração, com toda tua alma e com toda tua mente» (Mt 22,
37). Amo assim o
Senhor? Dou-lhe o primeiro lugar em minha vida? Empenho-me em rejeitar todo
ídolo que pode interpor-se entre Ele e eu, seja o dinheiro, o prazer, a
superstição ou o poder? Escuto com fé sua Palavra? Sou perseverante na oração?
2. «Não tomarás em falso o nome do Senhor teu Deus» (Dt 5,
11). Respeito o
nome santo de Deus? Abuso ao referir-me a Ele ofendendo-o ou servindo-me dele
em lugar de servi-lo? Bendigo a Deus em cada um de meus atos? Remeto-me sem
reservas a sua vontade sobre mim, confiando totalmente nele? Confio-me com
humildade e confiança à guia e ao ensinamento dos pastores que o Senhor deu a sua
Igreja? Empenho-me em aprofundar e nutrir minha vida de fé?
3. «Santificarás as festas» (cf. Dt 5, 12-15). Vivo a centralidade do domingo,
começando por seu centro que é a celebração da eucaristia, e os outros dias
consagrados ao Senhor para louvá-lo e dar-lhe graças para confiar-me a ele e
repousar nele? Participo com fidelidade e empenho na liturgia festiva,
preparando-me a ela com a oração e esforçando-me em obter fruto durante toda a
semana? Santifico o dia de festa com algum gesto de amor para com quem precisa?
4. «Honra
teu pai e tua mãe» (Dt 5, 16). Amo e respeito quem me deu a vida?
Esforço-me por compreendê-los e ajudá-los, sobretudo em sua fraqueza e seus
limites?
5. «Não
matar» (Dt 5, 17). Esforço-me
por respeitar e promover a vida em todas suas etapas e em todos seus aspectos?
Faço tudo o que está em meu poder pelo bem dos demais? Fiz mal a alguém com a
intenção explícita de fazê-lo? «Amarás ao próximo como a ti mesmo» (Mt 22, 39).
Como vivo a caridade para com o próximo? Estou atento e disponível, sobretudo
para com os mais pobres e os mais fracos? Amo a mim mesmo, sabendo aceitar meus
limites sob o olhar de Deus?
6. «Não
cometerás atos impuros» (cf. Dt 5, 18). «Não desejarás a mulher de teu próximo»
(Dt 5, 21). Sou
casto em pensamentos e atos? Esforço-me em amar com gratidão, livre da tentação
da posse e dos apegos? Respeito sempre e em tudo a dignidade da pessoa humana?
Trato meu corpo e o corpo dos demais como templo do Espírito Santo?
7. «Não
roubar» (Dt 5, 19). «Não desejar os bens alheios» (Dt 5, 21). Respeito os bens da criação? Sou
honesto no trabalho e em minhas relações com os demais? Respeito o fruto de
trabalho dos demais? Sou invejoso do bem dos outros? Esforço-me em fazer os
outros felizes ou penso só em minha felicidade?
8. «Não
pronunciar falso testemunho» (Dt 5, 20). Sou sincero e leal em cada palavra e
ação? Testemunho sempre e só a verdade? Trato de dar confiança e atuo em modo
de merecê-la?
9.
Esforço-me por seguir a Jesus na via de minha entrega a Deus e aos demais?
Tento ser como Ele, humilde, pobre e casto?
10.
Encontro o Senhor fielmente nos sacramentos, na comunhão fraterna e no serviço
aos mais pobres? Vivo a esperança na vida eterna, olhando cada coisa à luz do
Deus que chega e confiando sempre em suas promessas?
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